Líder do Primeiro Comando da Capital (PCC), Marco Willians Herbas Camacho, popularmente conhecido como Marcola, teria enviado R$ 60 milhões para integrantes da facção para executarem o resgate dele na prisão. De acordo com o promotor de Justiça Lincoln Gakiya, o plano é financiado pelos irmãos Camacho, e não pelos cofres da organização. E continua em curso.
Segundo uma reportagem do portal “UOL”, publicada neste sábado (25), Marcola, e seu irmão, Alejandro Juvenal Herbas Camacho Júnior, liberaram o dinheiro para que integrantes da facção nas ruas providenciassem o resgate do líder do PCC, que atualmente está preso no presídio federal de Brasília.
Conforme as investigações, Marcola, mesmo na prisão, fatura alto, chegando a ganhar R$ 5 milhões por semana devido aos seus negócios particulares. O suposto encarregado pelo resgate de Marcola seria Devanir de Lima Moreira, conhecido como Deva.
Esse homem é apontado como sendo o responsável pelo PCC em ações na Bolívia – ele esteve com o líder da facção no presídio de Presidente Venceslau, em São Paulo, em 2006. Hoje, Deva, que foi condenado a 21 anos de prisão por formação de quadrilha e envolvimento em três roubos, está foragido.
“Acreditamos que os R$ 60 milhões seriam usados para pagar as cinco equipes de roubo a banco do tipo ‘novo cangaço’ que participariam da ação”, afirmou Lincoln Gakiya, promotor de Justiça, em entrevista ao portal “UOL”.
Veja ainda: PF quer que Fundo Amazônia destine verba para ações contra garimpo e desmatamento
PCC queria morte de Sergio Moro
Durante essa semana, o PCC esteve em foco por conta de uma operação da Polícia Federal (PF), que mostrou que a facção tinha o plano de matar o ex-juiz federal e senador Sergio Moro (União Brasil) e outras autoridades. Se para liberar Marcola, o dinheiro não era do tráfico de drogas, o mesmo não se pode falar sobre o plano montando para matar o ex-ministro da Justiça.
Na sexta (24), o jornal “Folha de São Paulo” mostrou que mensagens trocadas por suspeitos que integram o Primeiro Comando da Capital, e estavam planejando o sequestro do senador Sergio Moro, usaram dinheiro vindo do tráfico de drogas para arquitetar a ação.
Conforme a publicação, investigadores da Polícia Federal encontraram uma troca de mensagens em um áudio, sendo que o material em questão aponta uma cobrança por uma prestação de contas que, se não fosse enviada no tempo certo, “a financeira da Bolívia” que cobraria deles.
De acordo com a PF, a mensagem indica que o montante para arquitetar o sequestro do senador veio do tráfico. Essa e outras informações sobre o plano do PCC de sequestrar Sergio Moro consta no material liberado pela juíza Gabriela Hardt, da 9ª Vara Federal de Curitiba, que retirou o sigilo da decisão que autorizou a operação que, culminou na prisão de nove suspeitos de estarem envolvido no plano de sequestrar o ex-ministro.
Assim como publicou o Brasil123, na quarta-feira (22), a Polícia Federal (PF) deflagrou uma ação que teve como objetivo prender pessoas que integram o PCC e supostamente estavam planejando matar Sergio Moro e outras autoridades.
Segundo a PF, ao todo, foram expedidos 24 mandados de busca e apreensão e 11 de prisão – como citado, nove pessoas foram presas. Essas ordens foram cumpridas em São Paulo e no Paraná, onde estão os principais alvos, e também em Rondônia e Mato Grosso do Sul. Conforme a PF, além de homicídio, os suspeitos pretendiam sequestrar autoridades públicas.
Leia agora: Deputado e ex-Lava Jato diz que Lula cometeu crime de responsabilidade em falas sobre Sergio Moro