A senadora Mara Gabrilli anunciou neste domingo, 29, que deixará o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) para se filiar ao Partido Social Democrático (PSD). Ela tinha 19 anos de filiação e era um dos nomes mais importantes do partido em alguns assuntos. Agora, ela se juntará ao partido fundado por Gilberto Kassab.
A movimentação marca algo importante, dado que a troca de partido pode mudar alguns posicionamentos da senadora na votação de projetos. Além disso, ela ganhou projeção nacional nas últimas campanhas eleitorais.
Quem é Mara Gabrilli?
Mara Gabrilli é uma senadora eleita em 2018 para o seu primeiro mandato, que durará 8 anos. Com isso, ela segue no cargo até 2026. No último ano, ela se candidatou à vice-presidência, concorrendo com a chapa de Simone Tebet. Dentro de sua luta política, a senadora tem algumas pautas prioritárias, que se somam à sua história de vida.
Isso porque ela tem 55 anos, é formada em psicologia e publicidade e é deficiente física. Por conta de sua história, luta pelos direitos de inclusão de pessoas com diversas deficiências e também defende pautas de igualdade racial. Em 2018, foi eleita senadora por São Paulo. Contudo, antes disso, já havia ocupado os cargos de deputada federal, por dois mandatos, e também foi vereadora pela cidade de São Paulo. Na capital paulista, trabalhou como secretária municipal da Pessoa com Deficiência.
Apesar disso, a saída dela não se deu em um clima totalmente amigável. Isso porque, em entrevista à Folha, Mara Gabrilli disse que o PSDB virou um “nanico moral“. “Nunca nem pensei em me filiar a outro, sempre fui do PSDB. Todas as minhas inspirações não estão mais próximas do cotidiano do partido“.
Com a troca de partido, o PSD agora tem a maior bancada no Senado, com 15 nomes. É uma bancada maior, inclusive, que a do PL, principal partido de oposição ao atual governo.
A senadora ganhou projeção nacional
Durante a campanha eleitoral de 2022, a senadora Mara Gabrilli ganhou projeção nacional. Isso porque ela foi a candidata à vice-presidência na chapa de Simone Tebet, agora ministra do Planejamento. Contudo, ao contrário da parceira de chapa, Mara não ocupará cargos no atual governo. A atuação de ambas foi considerada positiva, diante do cenário.
Isso porque os índices de rejeição das duas era bastante baixo, segundo pesquisas. Apesar disso, conseguiram apenas 4,96% dos votos, ficando em terceiro lugar. Segundo especialistas, o cenário de polarização prejudicou a alavancagem de uma chapa alternativa, a chamada “terceira via“.
Durantes as eleições, a senadora afirmou ter se abalado com o PSDB. Em entrevista à Folha, ela desabafou. “Já tive vários contratempos. Depois da última eleição, eu fiquei bastante decepcionada com a forma com que o partido fez a distribuição dos recursos para mulheres. Vi candidatas desistindo“, afirmou Mara Gabrilli.
Por outro lado, a senadora ainda tem respeito pela sigla. Segundo as falas, ela ainda carregará consigo “muito amor e gratidão” pelo partido e disse que ainda se sentem uma “tucana“, forma como são chamados os integrantes do partido.