A manhã desse domingo (01) foi marcada por manifestações a favor do voto impresso em 25 capitais e 53 municípios. Vários manifestantes, em sua maioria vestidos de verde e amarelo, foram para as ruas com faixas em defesa do presidente Bolsonaro e da PEC do voto impresso. Outras faixas também apresentavam pedidos inconstitucionais, como a dissolução do Supremo Tribunal Federal (STF).
O presidente Bolsonaro participou das manifestações em Brasília, discursando com a ajuda de carros de som, e novamente insistiu que não haveria eleições sem a aprovação do voto impresso. O STF já declarou que o voto impresso é inconstitucional, mas o presidente segue firme em sua defesa.
A urna eletrônica completou 25 anos; na data comemorativa, o ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), afirmou que ela garante eleições seguras e transparentes e que “ajudaram a superar os ciclos da vida brasileira que vêm desde a República Velha, em que as fraudes se acumulavam”. Em outra ocasião, Barroso também alertou que “a impressão do voto vai diminuir a segurança na votação. Porque vai se criar um objeto menos seguro na auditoria”.
Não é a primeira vez que Bolsonaro e seus filhos discursam em defesa desse método. No final de junho, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) fez um discurso em cima de um caminhão para promover o voto impresso, mas apenas nove pessoas compareceram, o que foi motivo de piada entre os opositores do governo.
O presidente também disse várias vezes que provaria problemas e fraudes com as últimas eleições; entretanto, Bolsonaro admitiu nessa última quinta-feira (29) que “não tem como se comprovar que as eleições não foram ou foram fraudadas”. Tal como noticiado pelo Brasil123, o presidente apenas apresentou uma série de notícias falsas e vídeos que já foram desmentidos diversas vezes por órgãos oficiais.
Por que as manifestações a favor do voto impresso?
Além de ter sido negado pelo STF e pelo TSE, o voto impresso também teve onze partidos que se manifestaram contra sua implementação, votando a favor do atual sistema com a urna eletrônica.
Por outro lado, a base aliada do governo parece ser uma minoria empenhada na defesa do voto auditável. O Palácio do Planalto espera que o Congresso aprove a proposta e, para isso, Bolsonaro tem intensificado sua defesa pública a uma mudança de sistema. A alegação é de que o atual sistema de urna eletrônica seria uma fraude e representaria riscos para as eleições de 2022.
Segundo consta na Agência Câmara de Notícias, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 135/19 exige a impressão de cédulas em papel para a votação e apuração de eleições, plebiscitos e referendos no Brasil. O eleitor poderá conferir as cédulas, que deverão ser depositadas em urnas indevassáveis de forma automática e sem contato manual, para fins de auditoria.
A proposta, que tramita na Câmara dos Deputados, acrescenta a medida à Constituição. “A impressão do voto ou o rastro de papel, consubstanciado na materialização do voto eletrônico, é a solução internacionalmente recomendada para que as votações eletrônicas possam ser auditadas de forma independente”, afirma a autora da matéria, deputada Bia Kicis (PSL-DF).