Nesta quinta-feira, 7, manifestantes se reuniram na sede do Ministério da Economia para protestar contra o chefe da pasta, o ministro Paulo Guedes. O ato ocorreu logo após o político ser acusado de manter uma empresa offshore mesmo ocupando um cargo federal.
A denúncia foi feita por meio da investigação Pandora Papers, realizada pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ). Desta forma, integrantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT), o Movimento dos Sem Terra (MST) e outros movimentos sociais se reuniram em manifestação em frente ao prédio do Ministério.
O movimento que, a princípio era apenas para cobrar explicações do agente público sobre a denúncia contra Paulo Guedes, acabou se tornando um acontecimento polêmico. Isso porque, os manifestantes começaram espalhando notas de dólares falsos manchados de sangue e ossos como protesto sobre a miséria e a fome agravadas no país em virtude do aumento constante e abusivo no preço dos alimentos, tudo isso enquanto Guedes ostenta sua fortuna.
Em atos mais extremos, a manifestação contra Paulo Guedes acabou com a pichação do prédio sede do Ministério da Economia. A lateral continha as seguintes frases: “Guedes no paraíso e o povo no inferno”; “Guedes lucra com a fome”.
A manifestação reuniu 200 brasileiros que desejam explicações sobre a offshore de Paulo Guedes nas Ilhas Virgens Britânicas. Em contrapartida, o economista nega a irregularidade e afirma que todos os investimentos que possui foram devidamente declarados à Receita Federal.
O protesto contra Paulo Guedes se estendeu para clamar a reprovação da reforma administrativa enviada pelo Governo Federal. A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 32 prevê a alteração das normas de contratação de futuros servidores públicos.
De acordo com os servidores, o ministro da Saúde pretende extinguir com o serviço público e se beneficiar com a miséria do povo. Enquanto isso, o presidente da Pública Central do Servidor mencionou que até mesmo os deputados do Centrão querem ouvir explicações sobre como Guedes ganha dinheiro enquanto o país empobrece cada dia mais.
Outros integrantes da Pública Central alegam que o correto seria Guedes renunciar ao cargo antes de ser derrubado. A manifestação seguiu com os dizeres: “Ninguém aguenta mais. Fora Bolsonaro e seus generais”, cantaram os manifestantes.
Em resposta à Procuradoria-Geral da República, Paulo Guedes declarou que não movimenta a empresa no exterior desde que assumiu o cargo de ministro da Economia. Segundo ele, a empresa foi declarada junto à Receita Federal, mas não obteve lucros com decisões monetárias no país.
Agora, o chefe da equipe econômica federal deverá prestar esclarecimentos perante a Câmara dos Deputados e o Senado Federal. O Supremo Tribunal Federal (STF) e o Tribunal de Contas da União (TCU) também já informaram que irão abrir apurações preliminares sobre o caso.