O Antigo aliado de Bolsonaro e ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta teceu críticas ao retorno do programa anunciado pelo atual governo do presidente Lula chamado de “mais médicos”. Em entrevista concedida ao Uol, Mandetta afirmou que o atual governo não deveria ignorar todo debate realizado em torno do tema.
Mandetta comentou ainda que além de tudo que fora discutido acerca do tema, existe todo debate levado principalmente por conta da judicilização do tema:
“Fizemos um debate que envolveu as secretarias municipais e estaduais, vimos os principais pontos, tinha muita judicialização e fizemos uma lei, uma Medida Provisória, criando programas, criando carreira, criando vínculo, que é bolsa, com carteira assinada, CLT, dando as garantias da seguridade social para as pessoas na integralidade”
Mandetta cita alterações realizadas no mais médicos
Segundo Mandetta, antes das alterações, a maior parte do dinheiro ia para Opas (Organização Pan-Americana da Saúde). Enquanto, os médicos estavam recebendo apenas uma fração dos 13 mil reais pago por cada profissional, independentemente do local de atuação.
Posteriormente, segundo o ex-ministro, isso foi alterado e os médicos passaram a ganhar mais para atuar em regiões chamadas “fundos de vale”, regiões da Amazônia ou Pantanal.
“Fizemos uma série de modificações, criando a especialização, dando pontuação, um programa muito elaborado. Pelo que vi na imprensa até agora, me parece que eles voltaram no tempo, voltaram lá em 2013″
Lula cita prioridade a brasileiros, mas não descarta estrangeiros no programa
O programa que possui por objetivo levar trabalhadores da saúde em regiões do interior e áreas vulneráveis foi relançado nessa segunda-feira. Além disso, o Presidente Lula citou a necessidade de contratar profissionais com boa formação e incluir especialistas na equipe.
Nesse sentido, Lula deixou claro que deve, sim, priorizar a contratação de brasileiros para o programa. Sendo estes formados no país ou mesmo no exterior. Contudo, deixou claro que o governo não irá descartar a contração de profissionais estrangeiros.
“Se não tiver, vamos fazer chamamento para que médicos estrangeiros ocupem essa tarefa. Porque o que importa para nós não é apenas saber a nacionalidade do médico, é saber a nacionalidade do paciente, que é um brasileiro que precisa de saúde”, disse o presidente.
Programa é lançado com mais de 15 mil vagas em aberto
O programa, que vem sofrendo críticas pela forma com que foi relançado, deve ser responsável pela contratação de mais de 15 mil profissionais. Com isso, mais de 10 mil desses postos devem ser preenchidos por financiamentos vindo dos próprios municípios, enquanto a união deve arcar com a outra parte.
Nesse sentido, a quantidade de profissionais no programa deve dobrar. Além disso, a atual ministra da Saúde, Nisia Trindade chegou a afirmar que o edital para convocação deve sair ainda essa semana e pelo menos 5 mil postos serão preenchidos.
Por fim, o programa mais médicos, que foi criado em 2013, nunca foi encerrado oficialmente. Contudo, em governos anteriores tinha sido reduzido. Contudo, agora volta mais forte e com diversas alterações. Assim, o mais médicos volta, visando ampliar o atendimento em regiões do interior e áreas de alta vulnerabilidade social.