Os voos domésticos continuam crescendo no país. O ritmo ficou ainda mais forte em dezembro, com o registro médio de 2.036 decolagens diárias realizadas no país em dezembro. Esse valor corresponde a 84,7% da malha aérea doméstica do início de março de 2020, antes da pandemia da Covid-19 (2,4 mil decolagens).
O levantamento foi feito pela Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) com base em informações da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). A saber, o setor aéreo nacional ainda não sofria os fortes impactos provocados pela pandemia no início de março de 2020. Por isso que a comparação ocorre com esse período.
Aliás, o resultado de dezembro de 2021 é o melhor desde abril de 2020, ou seja, em 21 meses. Em resumo, os governos recomendaram o distanciamento social e pediram que a população evitasse viajar. Assim, o setor aéreo afundou sem precedentes nos momentos mais críticos da pandemia.
A propósito, houve apenas 163 voos por dia, em média, em abril de 2020. Como não havia vacinas para o vírus e a situação na Europa, epicentro da pandemia da época, estava caótica, muita gente cancelou suas viagens e se resguardou em casa.
Setor aéreo enfrenta novos problemas
O avanço da vacinação começou a mudar esse cenário. Em suma, a imunização da população fez muita gente voltar a viajar no país. Contudo, o setor aéreo passou a enfrentar outros problemas além da pandemia. Inclusive, eles têm relação direta com a crise sanitária.
“Os dados mostram a resiliência das companhias aéreas brasileiras, apesar das dificuldades geradas pela pandemia e da alta do querosene de aviação e dos constantes recordes de cotação do dólar em relação ao real, já que mais de 50% dos custos do setor são dolarizados”, disso o presidente da Abear, Eduardo Sanovicz, em nota.
A saber, a moeda norte-americana vem apresentando forte valorização contra o real nos últimos anos. Com a pandemia, a situação ficou ainda mais difícil para a divisa brasileira. Ao mesmo tempo, os custos de operação estão cada vez mais altos para as companhias aéreas.
De acordo com Sanovicz, a malha aérea doméstica deve voltar à normalidade em março ou abril deste ano. Já a malha internacional deverá se recuperar bem mais lentamente, até o final de 2023. Em síntese, as companhias aéreas alcançaram 41,1% da malha de voos internacionais em relação ao período pré-pandemia.
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