Mais de 566 mil pessoas aguardam na fila por cirurgias eletivas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), segundo relatórios enviados ao Ministério da Saúde por 16 estados e o Distrito Federal. Saiba todos os detalhes do problema da fila de espera por cirurgia no SUS.
Os números aparecem no relatório mais recente do ministério sobre o andamento de um novo programa federal que visa redistribuir recursos para reduzir o tempo de espera por cirurgias, exames e consultas na rede pública de saúde.
O que diz o Programa Nacional de Redução das Filas do governo federal?
Uma das bandeiras do terceiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva é o Programa Nacional de Redução das Filas (PNRF), lançado em janeiro. Na primeira fase, as cirurgias eletivas prevalecem porque o agendamento é com antecedência e não são situações de vida ou morte.
Pelo regulamento do programa, cada estado deve encaminhar suas solicitações ao ministério, incluindo informações sobre o tamanho da lista de espera e os procedimentos.
O que se sabe até o momento sobre a quantidade de pessoas na fila de espera?
E assim, até o mês de abril de 2023, já foram aprovados os planos dos seguintes estados brasileiros: AC, AL, AM, AP, BA, CE, DF, ES, GO, MA, MG, PB, PI, RN, RO, RR e SC. O somatório de necessidades dos estados elencados é de 566.923 pessoas na fila de espera. Deste total, está prevista a realização de 256.215 cirurgias eletivas através de iniciativa do governo federal, o que reduz a fila em 45,2%.
Em reunião da Comissão de Intergestores Tripartite (CIT), o diretor de programas da mesma secretaria, Aristides Vitorino De Oliveira Neto, afirma que é um longo caminho até a redução das filas de espera por cirurgias eletivas. Mas, é preciso que haja cooperação entre as 3 esferas de governo: federal, estadual e municipal.
Possíveis causas para a existência das filas de espera tão enormes para cirurgias eletivas
Muitas vezes, as filas de espera não estão devidamente organizadas nos sistemas regulatórios, estão desatualizadas ou estão dispersas entre os especialistas. Assim, a Escola de Saúde Pública da USP foi responsabilizada para qualificar e organizar adequadamente essas solicitações.
Outro motivo também muito significativo, é a contratação de mão de obra suficiente para atender às demandas ocultas, sem falar no fato de o atendimento médico ser fora das salas de espera. Mas, de acordo com o Ministro da Saúde, o governo federal pretende dar continuidade ao programa após as cirurgias eletivas, na tentativa de diminuir o tempo de espera para exames e consultas especializadas.
Quais são as cirurgias eletivas mais necessárias diante dos dados já apresentados?
De acordo com os dados, a campeã de necessidade de cirurgia eletiva, é a cirurgia de catarata, que possui fila de espera de 70.000 pessoas. Mas existem outras cirurgias eletivas no processo de espera como:
- Colecistectomia (extração da vesícula biliar);
- Hernioplastias em diferentes locais;
- Histerectomia (extração do útero);
- Hemorroidectomia (extração de hemorroidas);
- Laqueaduras.
Por fim, sabe-se também que os números podem mudar à medida que mais estados enviam ao governo federal dados sobre as filas de espera.
