Os trabalhadores do país ainda enfrentam muitos desafios em 2022. A saber, a inflação anual chegou a 11,89% em maio, superando em muito a meta para este ano, de 3,5%. Por outro lado, os reajustes salariais tiveram variações bem mais tímidas no primeiro semestre deste ano.
De acordo com um levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), apenas 21,4% dos acordos e convenções coletivas realizados entre janeiro e junho de 2022 superaram o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). A saber, o INPC é usado como referência para reajustes salariais e benefícios do INSS no país.
Enquanto isso, 43,4% dos reajustes salariais deste ano ficaram abaixo do INPC. Isso quer dizer que quase metade das negociações ofereceram menor poder de compra ao trabalhador. E a situação do brasileiro fica ainda mais complicada devido aos juros elevados no país, cuja taxa alcançou o maior nível desde 2016.
Ainda segundo Dieese, os 35,2% das negociações restantes ficaram iguais ao INPC. Com isso, “a variação real média dos reajustes, no acumulado do ano até junho, é de -0,80%”, disse o Dieese.
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Metade dos reajustes no setor de serviços ficou abaixo do INPC
O Dieese revelou que a indústria teve o maior número de reajustes acima da inflação do país, chegando a 26,8%. Em contrapartida, as negociações abaixo do INPC totalizaram 35,7%, enquanto 37,6% ficaram iguais à inflação medida pelo índice.
Por sua vez, apenas 15,7% dos reajustes do comércio superaram a inflação no primeiro semestre deste ano. As negociações que ficaram iguais ao INPC somaram 53,5%, e os 30,7% dos reajustes restantes ficaram inferiores ao índice.
Contudo, o destaque negativo nos primeiros meses do ano foi o setor de serviços. Em suma, 50,9% dos reajustes ficaram abaixo da inflação, ou seja, mais da metade dos trabalhadores do setor viram o seu poder de compra cada vez menor. Assim, 29% das negociações foram iguais ao INPC, enquanto 20,0% superou a inflação.
Por falar nisso, o INPC acumula expressiva alta de 11,92% em 12 meses até junho. A taxa estava em 11,73% em março, mas teve um forte avanço em abril. O índice se refere às famílias que têm rendimento mensal de um a cinco salários mínimos.
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