Poucos dias antes da posse de Joe Biden como presidente dos Estados Unidos, em 20 de janeiro, as três maiores empresas de telecomunicações chinesas serão retiradas da Bolsa de Valores de Nova York. Portanto, as companhias China Mobile, China Telecom e China Unicom Limited (Hong Kong) não terão mais acesso ao mercado financeiro dos EUA, o maior do mundo.
Segundo analistas, apesar de tudo, a decisão é mais simbólica do que efetiva, já que a maior parte das ações das empresas estão em Hong Kong. A medida responde a uma ordem assinada por Donald Trump em novembro. Na ocasião, ele proibiu os cidadãos norte-americanos de investir em empresas chinesas que tivessem qualquer vínculo com o Exército chinês.
Entre as empresas indicadas pela Casa Branca estavam as três companhias de telecomunicações, junto com outras como Huawei, TikTok ou Tencent. Na opinião de Washington, essas empresas representam uma ameaça à segurança nacional. A decisão política vem uma década após as bolsas de valores americanas receberem os gigantes chineses para listá-los em seu mercado e atrair investimentos.
Na próxima semana, as ações das três empresas deixarão de ser listadas em Wall Street. De acordo com nota divulgada pela Bolsa de Valores de Nova York, a suspensão final dos índices será a partir de quinta-feira (7).
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Reações sobre a exclusão das empresas chinesas
Os protestos da China não demoraram a chegar. O ministro das Relações Exteriores, Wang Yi, disse que a medida prejudica os dois países e representa um sério risco para a economia global.
Mais agressivo, o Ministério do Comércio chinês emitiu nota na qual denuncia o abuso da iniciativa e sua inconsistência com relação às regras de mercado. Além disso, alerta que a decisão levará “retaliação” para proteger os direitos das empresas.
A medida, no entanto, não pegou de forma inesperada as autoridades chinesas, que muito antes da ordem assinada por Trump já haviam sido alertadas sobre a intenção do governo de reduzir os laços financeiros entre os dois países.