Uma transferência excepcional no valor de R$ 1,2 bilhão, efetuada em dezembro de 2022, marcou o recorde como a maior transação já realizada através do sistema Pix. Com isso, o Pix, um sistema de pagamentos instantâneos lançado pelo Banco Central em novembro de 2020, demonstrou seu impressionante crescimento ao superar em 67% o recorde anterior, que era de R$ 718 milhões e havia sido registrado em dezembro de 2021.
Esses dados foram divulgados pelo Relatório de Gestão do Pix, publicado pela autoridade monetária nesta segunda-feira (4). O aumento significativo na magnitude das transações Pix reflete a crescente adoção e confiança dos brasileiros neste sistema de pagamento instantâneo, que oferece maior agilidade e praticidade nas transferências de dinheiro.
Maioria dos valores transferidos são pequenos
O relatório revela que desde o lançamento do sistema de pagamento em tempo real até dezembro do ano passado, quase 61% das transações realizadas no Pix foram de valores inferiores a R$ 100. Essa estatística enfatiza que o Pix tem sido predominantemente utilizado para transferências de quantias menores.
Além disso, quando consideradas as transações feitas exclusivamente por pessoas físicas (consumidores), impressionantes 93,1% dessas operações foram abaixo de R$ 200, ressaltando ainda mais a natureza de baixo valor que caracteriza esse tipo de transação no Pix.
No que diz respeito às transferências entre pessoas jurídicas (empresas), ainda é perceptível uma concentração significativa nas faixas de valores até R$ 500. No entanto, é notável que houve um aumento na contribuição das transações de valor mais elevado, com 18,6% delas ocorrendo a partir de R$ 2.000. Isso sugere uma diversificação crescente no perfil de uso do Pix por parte das empresas, incluindo operações de montantes mais substanciais.
Novidades em relação ao Pix
O Banco Central divulgou o “Relatório de Gestão do Pix – Concepção e primeiros anos de funcionamento 2020-2022” nesta segunda-feira, 4, no qual explora perspectivas de desenvolvimento futuro para a plataforma de pagamentos instantâneos Pix. Uma das potenciais inovações mencionadas é a capacidade de utilizar o serviço sem a necessidade de conexão com a internet para realizar transações.
Nesse sentido, o Banco Central salienta que existe espaço para explorar alternativas para iniciar pagamentos, que poderiam ser aplicadas em cenários como pedágios em rodovias, estacionamentos e sistemas de transporte público. Além disso, a autoridade monetária aponta a possibilidade de o Pix ser utilizado para efetuar pagamentos parcelados, a prazo e para aquisição de bens e serviços no exterior.
Embora muitas dessas inovações estejam em discussão, o relatório não especifica quais serão implementadas ou suas datas de lançamento. Essa visão de futuro para o Pix revela o compromisso do Banco Central em continuar aprimorando o sistema de pagamentos instantâneos, tornando-o cada vez mais versátil e adaptável às necessidades dos consumidores e das empresas.
A perspectiva de possibilitar o uso do Pix sem conexão à internet seria um avanço importante para o sistema de pagamentos como um todo, dado a popularidade do Pix, tal implementação permitiria ainda mais comodidade para os usuários de plataformas financeiras. Com isso, o Banco Central não deixou claro quando isso pode e deve acontecer, mas deixou claro que há possibilidade de implementação no futuro.