Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística revelam que há menor procura por empregos e demonstram relação com maior oferta de benefícios pelo governo.
Embora esse não seja o único fator responsável pela diminuição na força de trabalho. Especialistas apontam coincidência de tempo entre a queda na procura por uma ocupação e a concessão de benefícios com valores mais altos.
Essa conclusão foi possível em virtude das variações no valor do benefício que coincidiram com as oscilações no número de pessoas à procura de trabalho. Além disso, a análise mostra que a queda é mais acentuada em regiões com maior dependência de benefícios sociais do poder público.
Quer saber mais sobre esses dados do IBGE e conhecer melhor a opinião de especialistas sobre essa questão? Continue a leitura do texto até o final!
Maior oferta de benefícios e a relação com menor procura por empregos
Para Lucas Assis, economista da Tendências (revista de Ciências Sociais), os benefícios sociais têm certa contribuição na queda no número de pessoas que buscam uma atividade laboral com remuneração.
Assim, o economista ressalta a oferta de benefícios com verbas mais substanciais, a exemplo do Auxílio Emergencial, ocorrido entre 2020 e 2022, como fator preponderante. Ainda citou outros programas que tiveram elevação nos valores de pagamento, como o aumento do Auxílio Brasil, durante o período das eleições no ano de 2022. Também os novos recursos que o PBF (Programa Bolsa Família) estabeleceu no primeiro semestre deste ano.
Finalmente, o especialista afirma que falta motivação para os beneficiários, que não têm ocupação formal, para buscar trabalho, quando já contam com um rendimento mínimo.
Dados do IBGE que comprovam a relação da maior oferta de benefícios com menor procura por empregos
De acordo com a última atualização do IBGE, a taxa de participação dos brasileiros na estafe de trabalho ficou em 61,6%, no mês de março. Vale lembrar que esse dado é referente ao trimestre, em outras palavras, a informação se refere ao período entre os meses de janeiro até março.
Sendo assim, na divulgação do mês de fevereiro, o índice do trimestre ficou na casa de 61,7%, enquanto a de janeiro ficou em 61,9% e ainda para o mês de dezembro de 2022, o índice foi de 62,1%.
Para Rodolfo Margato, economista da XP, uma coincidência nos períodos de queda e ampliação nos auxílios do governo corrobora a relação entre os dois fatores. Sendo assim, é possível observar que a diminuição no número de pessoas em busca de trabalho coincide exatamente com a reestruturação do PBF.
Outros fatores que justificam a queda no quadro de Trabalhadores
Por fim, conforme destacamos no início desse texto, a melhoria e ampliação do Programa Bolsa Família e demais políticas públicas de transferência de renda não são os únicos vilões dessa queda. Outros fatores também influenciaram essa defasagem, como por exemplo as aposentadorias no período da pandemia.
Nesse sentido, observou-se um fenômeno recorrente nesse período, que foram os casos de segurados que faltava pouco tempo para aposentar e decidiram adiantar o requerimento do benefício.
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