Em entrevista concedida ontem no Congresso Nacional, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), criticou o governo e sua equipe econômica. Segundo o deputado, não há agenda específica para nenhum setor importante da sociedade brasileira.
As preocupações de Maia giram principalmente entorno das questões tributária, econômica e de saúde, que são obrigação de ambos os poderes, na visão do congressista.
“Não tem agenda para vacina, não tem agenda pros mais pobres, não tem agenda pra recuperação econômica, [nem] pra geração de emprego”, disparou ele, sobre o governo, ao falar com os jornalistas.
Maia criticou ainda as promessas do governo na área, que não são convertidas em ações concretas. Para ele, seria possível fazer “um livro com três volumes com as promessas do governo na área econômica”.
O que Maia quer aprovar
O principal projeto para o deputado federal é a PEC Emergencial, que, na sua visão, cria mecanismos de ajuste fiscal para conter os gastos excessivos do governo. Ele defendeu que o governo trabalhe com as regras de contas atuais e que não há previsão de aprovação de orçamentos ajustados às expectativas do Poder Executivo.
Maia acredita que o Congresso deva ser convocado em janeiro para votar, aprovar e promulgar a PEC Emergencial. Na visão do deputado, o Orçamento do próximo ano só poderá ser aprovado depois que a PEC for promulgada pelo Congresso Nacional.
A rixa entre os poderes
A relação entre a Câmara e a Presidência da República está abalada neste fim de ano devido à aproximação das eleições no Congresso, que ocorrem em fevereiro. Tanto Maia quanto o presidente da República Jair Bolsonaro (Sem Partido) tentam lançar um nome próprio para a vaga na Câmara dos Deputados.
Sobre esse assunto, Maia voltou a criticar o presidente na entrevista coletiva de ontem. Para o deputado, o governo quer tomar conta da Câmara e está “agindo contra a economia” nesse intuito.
“O governo está desesperado para tomar conta da presidência da Câmara, para desorganizar a agenda do meio ambiente, para flexibilizar a venda e entrega de armas neste país, entre outras agendas que desrespeitem a sociedade e as minorias”, afirmou Rodrigo Maia.