Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, chegou no Brasil neste domingo (28) para participar de uma reunião com o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, que ocorre nesta segunda-feira no Palácio do Planalto. É a primeira visita de Maduro ao Brasil desde 2015 e, inclusive, o mandatário venezuelano havia sido proibido de visitar o país em 2019 pelo ex-presidente, Jair Bolsonaro (PL).
Além da reunião com Lula, Maduro também participará da cúpula de líderes da América do Sul nesta terça-feira. O presidente venezuelano também irá realizar uma reunião com outros integrantes da comitiva venezuelana e do governo brasileiro, que irá incluir o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Desde que iniciou o terceiro mandato, Lula retomou os lanços diplomáticos do Brasil com a Venezuela, chegando a abrir a embaixada do Brasil em Caracas, capital venezuelana.
Oposição critica aproximação do Brasil com a Venezuela de Maduro
Diversos parlamentares de oposição ao governo de Lula criticaram a aproximação do país com o governo venezuelano. Segundo eles, a Venezuela de Maduro é uma ditadura e que o mandatário enfraqueceu as instituições democráticas do país. Impedido de visitar o Brasil durante o governo Bolsonaro, Maduro foi recebido no Brasil com honras de chefe de estado. Um dos críticos foi o senador Sérgio Moro.
“O Brasil voltou a receber com honras de Estado ditadores sul-americanos, desta vez Maduro. Outro sinal negativo para a comunidade internacional pelo Governo Lula. Será cobrado do ditador o restabelecimento da democracia e dos direitos humanos na Venezuela?” disse Sérgio Moro, criticando a decisão do governo federal em trazer Maduro.
Outro parlamentar de oposição que criticou o governo federal foi Flávio Bolsonaro. “Lula demonstra, mais uma vez, a sua falta de compromisso com a democracia ao receber o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, acusado de crimes contra a humanidade, com assassinatos, tortura, violência sexual e desaparecimentos. Lula desrespeita não só os brasileiros como também os venezuelanos.” disse Flávio Bolsonaro.
Sérgio Frias, que foi secretário especial da Cultura durante o governo Bolsonaro também criticou a vinda de Maduro. “Aos que diziam que Lula e Bolsonaro são a mesma coisa, eu digo: vocês jamais verão o Presidente Bolsonaro envolvido com esse tipo de pessoa. Não adianta fazer post de indignação sobre a chegada de Maduro no Brasil se você apoiou o voto nulo ou preferiu votar no Lula. Vocês contribuíram para isso!”, disse o deputado.
Encontro reunirá 11 presidentes da América do Sul em Brasília
O Palácio do Itamaraty sera a sede do encontro de Luiz Inácio Lula da Silva com outros 10 presidentes de países da América do Sul. Participarão os chefes de Estado da Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, Suriname, Uruguai e Venezuela. O único país que não participará do encontro é o Peru, dado que a presidente Dina Boluarte possui impedimentos legais internos do país e não poderá comparecer.
A reunião com os presidentes latinos havia sido anunciada ainda no início do mês. Segundo a embaixadora Gisele Padovan, secretária da América Latina e Caribe do Ministério das Relações Exteriores “o principal objetivo desse encontro é retomar o diálogo com os países sul-americanos, que ficou muito truncado nos últimos anos, e é uma prioridade do governo de Lula, temos consciência que há diferença de visão e diferenças ideológicas entre os países, mas ele [Lula] quer reativar esse diálogo a partir de denominadores comuns com os países”.