O presidente francês Emmanuel Macron realizou neste sábado (02/04) seu primeiro comício da campanha eleitoral, com a rival de extrema direita Marine Le Pen, percorrendo o que antes parecia ser uma liderança inatacável, apenas uma semana antes da votação.
Confira as pesquisas
De acordo com uma pesquisa realizada pela Elabe, empresa especializada em pesquisa e consultoria, Macron possui 28,5% das intenções de voto, seguido por Le Pen com 22% e o candidato de esquerda Jean-Luc Mélenchon com 15%. No entanto, nas previsões de um possível segundo turno, que poderá acontecer em 24 de abril, a vantagem do atual presidente é reduzida para seis pontos contra Le Pen.
Um possível confronto no segundo turno, reproduziria o mesmo duelo ocorrido em 2017, quando Macron derrotou Le Pen por mais de 30 pontos, ou seja, 66% a 34%.
Comício de Macron
Em seu primeiro grande comício de corrida pela reeleição, Emmanuel Macron prometeu aos franceses mais ‘progresso’ e ‘solidariedade’ nos próximos cinco anos. ‘Estamos aqui para viabilizar um projeto de progresso, de independência, para o futuro, para nossa França’, disse ele.
Em seu discurso, o presidente francês comentou como a guerra na Ucrânia elevou os preços dos alimentos e da energia, e o governo permitirá que as empresas ofereçam bônus isentos de impostos de até 6.000 euros aos funcionários.
Além disso, ele prometeu aumentar a pensão mínima para trabalhadores em tempo integral para 1.100 euros por mês, acima do que é oferecido atualmente, cerca de 700 euros. No entanto, ele disse que a idade de aposentadoria precisaria ser aumentada gradualmente de 62 para 65 anos para financiar o plano.
Campanha atingiu um obstáculo
Apesar da vantagem na disputa, a campanha de Macron vem sendo apelidado de “Caso McKinsey”, relativo a uma empresa de consultoria americana contratada para aconselhar o governo francês em sua campanha de vacinação contra o COVID-19 e outras políticas.
Em contrapartida, um novo relatório do Senado francês questiona o uso de consultores privados pelo governo e acusa a McKinsey de sonegação de impostos. A questão está energizando os rivais de Macron e o perseguindo nas paradas de campanha antes do primeiro turno da eleição presidencial.
Os críticos descrevem os 1 bilhão de euros gastos pelo governo francês em consultorias como a McKinsey no ano passado, como privatização e americanização da política francesa e estão exigindo mais transparência.
Entenda o caso McKinsey
Apesar dos resultados a favor, os gastos do Estado com esses contratos dobraram nos últimos três anos, segundo o relatório do Senado francês, alertando que podem criar um conflito de interesses.
Dezenas de empresas privadas participaram da consulta, incluindo gigantes como a multinacional irlandesa Accenture e a francesa Capgemini. O sistema de “otimização fiscal” é usado por meio de sua empresa controladora sediada em Delaware.
Apesar da controvérsia, o ministro do Orçamento, Olivier Dussopt, disse que o estado estava gastando cerca de 0,3% do que o governo gastou em salários de funcionários públicos no ano passado com conselheiros, com a McKinsey ganhando apenas uma fração.
Em resposta, McKinsey divulgou um comunicado dizendo que “respeita as regras fiscais francesas que se aplicam a ela” e defendendo seu trabalho na França.