Neste último domingo (10) ficou definido, na França, quais serão os candidatos que irão para o segundo turno das eleições que irão definir o próximo presidente da França. O atual presidente, Emmanuel Macron e Marine Le Pen derrotaram diversos candidatos que compõem o cenário político francês.
A princípio, o resultado não indicou qualquer surpresa e repete o cenário de 2017, onde o segundo turno foi composto pelo centrista Emmanuel Macron e Marine Le Pen, que representa o partido de extrema direita Reunião Nacional.
Após o resultado, o presidente francês, que busca a reeleição, alertou os franceses dizendo que “nada está resolvido”. “Quero convencê-lo nos próximos dias de que nosso projeto responde muito mais solidamente do que os da extrema direita aos seus medos e aos desafios dos tempos”, disse Macron, em comunicado aberto aos franceses.
Candidatos irão apoiar Macron, apesar de divergências
Além de Le Pen e Macron, outros dez candidatos participaram do primeiro turno das eleições francesas. A maioria deles realizaram críticas sobre seu governo durante toda a campanha presidencial.
Contudo, para combater a extrema direita, diversos candidatos já se posicionaram a favor do atual presidente. Uma delas foi a socialista Anne Hidalgo, onde convocou seus eleitores a votarem contra a “extrema direita”, após a divulgação das pesquisas de boca de urna e a confirmação do segundo turno.
Yannick Jadot e o comunista Fabien Roussel também declararam apoio ao atual presidente. Valérie Pécresse, a candidata do partido de direita Os Republicanos, foi uma das que fizeram grandes críticas ao atual presidente, mas afirmou que irá apoiar Macron no segundo turno das eleições.
“Apesar das profundas divergências com Macron, as quais martelei ao longo da minha campanha, votarei nele com consciência para impedir a chegada ao poder de Marine Le Pen”, disse Valérie Pécresse. Ainda, segundo ela, uma vitória de Le Pen “conduziria a França à discórdia e a um segundo plano no cenário europeu e internacional”.
O que o futuro espera para a França?
Caso seja reeleito, Macron deve continuar apostando em suas políticas pró-União Europeia, bem como sua agenda de reformas que, inclusive, foram consideradas bastante impopulares pela maior parte da população francesa.
Entre as propostas do Macron, encontram-se o aumento da aposentadoria para os 65 anos, reformas no seguro-desemprego e mercado de trabalho, bem como o relançamento de reatores nucleares e investimentos em energia ecológica (a França busca alcançar a neutralidade carbónica até 2020).
Contudo, caso Marine Le Pen seja eleita como a nova presidente da França, o país deverá ter grandes mudanças, principalmente as que se relacionam com a política imigratória. Além disso, a candidata também discursou bastante sobre objetivos para o aumento do poder de compra da população francesa, que é uma das maiores preocupações dos eleitores, segundo pesquisas realizadas.
O segundo turno das eleições francesas está marcado para o dia 24 de abril. Embora Macron reúna apoio de diversas casas políticas, as eleições ainda se encontram abertas, sendo difícil apontar que Macron de fato irá vencer Marine Le Pen no segundo turno