O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a defender, nesta quinta-feira (12), uma adaptação da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) para o atual mercado de trabalho. A afirmação foi feita durante a participação do petista no SindiMais 2022, um congresso anual organizado pela Força Sindical a fim de discutir relações de trabalho entre empresários e trabalhadores.
“Eu, por exemplo, não sou daqueles que defendem uma CLT tal como ela está. Acho que ela precisa adaptar, fazer algumas mudanças para que a gente pudesse adaptar ao atual mercado de trabalho”, disse Lula, completando ainda que, em sua visão, é preciso fortalecer a atuação dos sindicatos.
Essa não foi a primeira vez que Lula diz que, caso eleito, pretende reformular leis trabalhistas. Prova disso é que, em abril deste ano, assim como publicou o Brasil123, o petista afirmou que pretendia revisar a reforma trabalhista, que foi criada durante o governo Michel Temer (MDB).
Na ocasião, Lula disse que pretende criar uma mesa de negociação entre representantes de sindicatos e empresários para discutir mudanças na legislação trabalhista brasileira.
“Não adianta falar: ‘Vamos mudar tudo e voltar ao que era antes’. Não. Nós queremos melhorar, ter uma legislação trabalhista à realidade atual. Não queremos voltar para 1943, queremos fazer um acordo em função da realidade dos trabalhadores em 2023”, declarou na ocasião.
Nesta quinta, além de defender as mudanças, Lula disse que os responsáveis pela formulação da reforma trabalhista têm mentalidade de “escravocrata”, pois acreditam que os sindicatos não têm que ter força ou representatividade. “A mentalidade de quem fez a reforma trabalhista, a reforma sindical, é a mentalidade escravocrata”, começou.
“É a mentalidade de quem acha que os sindicatos não têm que ter força, representatividade. Em um mundo desenvolvido, em que você tem economia forte, você tem sindicato forte. Em qualquer país do mundo, se você tiver economia forte, você tem sindicato forte”, afirmou o ex-chefe do Executivo.
Por fim, Lula ainda defendeu que o Estado deve atuar como “árbitro” nas negociações sindicais com o objetivo de que as “partes possam negociar aquilo que interessa ao conjunto, tanto dos empresários quanto dos empregados”.
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