Os dados do Produto Interno Bruto do Brasil vieram abaixo do esperado pelo governo e colocou mais lenha na fogueira do Banco Central. Isso porque o embate entre Lula e Roberto Campos Neto ficou, mais uma vez, evidente nas falas do presidente. Em entrevista nesta quinta (02), ele disse que o “país não pode ser refém de um único homem”. O presidente vem criticando a independência do BC desde o início de seu mandato.
Contudo, economistas acreditam ser pouco provável o fim da independência do Banco Central. Isso porque seria preciso uma ampla votação no Congresso e, atualmente, o governo não tem todo esse apoio para apoiar o projeto. As falas de Lula ganharam força com a notícia de que o PIB brasileiro caiu 0,2% no último trimestre do ano passado.
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O que disse Lula?
O presidente Lula voltou a atacar a independência do Banco Central na noite dessa quinta-feira, 2. As falas do presidente foram dadas em entrevista a Reinaldo Azevedo, da BandNews. O presidente insistiu que é preciso baixar as taxas de juros para acelerar a economia brasileira e voltar a gerar empregos. Ele também afirma que Roberto Campos Neto não foi eleito.
“Por que esse cidadão que não foi eleito para nada acha que tem o poder de decidir as coisas?”, disse Lula na entrevista. Vale lembrar que o presidente do Banco Central é indicado pelo presidente da República. Campos Neto foi uma indicação de Jair Bolsonaro. Além disso, ele foi eleito, em outubro do ano passado, o melhor presidente de um Banco Central na América Latina pelo LatinFinance Banks of the Year Awards. Segundo economistas, a atuação de Campos Neto foi exemplar para conter os efeitos da guerra na Ucrânia, que já completou 1 ano recentemente.
Por outro lado, Lula critica os altos juros da economia brasileira. Atualmente, a taxa Selic está em 13,75% ao ano, um dos maiores patamares dos últimos 20 anos. A última vez que a taxa esteve nesse patamar foi em 2015, no governo Dilma Rousseff, quando a Selic chegou a 14,25% ao ano.
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O petista quer acelerar a economia
Na entrevista, Lula voltou a afirmar que é preciso baixar as taxas de juros da economia brasileira. O discurso é seguido por diversos economistas da ala governista, que defendem uma redução na Selic. Por outro lado, os temores do mercado exigem que as altas taxas continuem. Além disso, na primeira reunião do COPOM no ano, a taxa não foi modificada. A reunião conta com a participação de Fernando Haddad, ministro da Fazenda.
“E ainda diz que ‘vai pensar como posso ajudar o Brasil’. Não, você não tem que pensar como ajudar o Brasil, tem que pensar como reduzir a taxa de juros. Para que o país volte a ter crédito, a economia volte a funcionar. Isso não é bravata minha, porque não tenho interesse em brigar com o presidente do Banco Central. Mas esse país não pode ser refém de um único homem“, disse Lula.
Economistas afirmam que as altas taxas de juros impedem a rápida criação de novos empregos, dificultam o acesso a financiamentos e empréstimos e gera maior desemprego na economia.