O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PL) defenderá medidas e cooperação internacional que impeçam que as redes sociais e a Internet sejam uma “terra sem lei”. De acordo com informações do portal “UOL”, publicadas nesta segunda-feira (20), a opinião de Lula será lida na próxima quarta-feira (22) durante um evento da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
O evento, o primeiro organizado na tentativa de lidar com a desinformação e o discurso de ódio nas redes sociais, será realizado em Paris, na França. Lula não estará no local, mas outros brasileiros, como o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Roberto Barroso, e Felipe Neto, influenciador digital, marcarão presença no encontro.
A conferência acontece após um apelo do secretário-geral das Nações Unidas, Antonio Guterres, que afirmou recentemente que é preciso enfrentar a disseminação da desinformação e também “a negação de fatos cientificamente estabelecidos, que representam um risco existencial para a humanidade”.
Hoje, o Brasil é um dos principais alvos da comunidade internacional, principalmente por conta do crescimento da propagação de informações falsas durante a campanha eleitoral de 2022 e o estabelecimento de estratégias constatadas na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que se notabilizou por atacar a ciência e adotar o negacionismo em diversos setores.
Agora, o governo do atual presidente Lula defende que o Brasil regule as redes sociais, garantindo assim o que a gestão do petista chama de “equilíbrio entre o direito de liberdade de expressão e a proteção da integridade das democracias e a capacidade da sociedade de lutar contra a desinformação”.
Para a gestão Lula, o objetivo é que essa regulação seja transparente e com a participação da sociedade civil. Segundo o “UOL”, no pronunciamento de Lula que será lido no evento, será destacado que o governo não quer deixar nas mãos das grandes empresas do setor o debate em questão.
Por conta disso, a insistência é que o tema seja debatido por governos e especialistas de todo o mundo, dentro do marco multilateral. Isso porque, para Lula, é preciso impedir que sejam as empresas do setor digital que determinem o destino das democracias.
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