O ex-presidente República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já deixou claro que sua intenção é revogar a reforma trabalhista. De acordo com o também ex-presidente Michel Temer (MDB), a intenção do petista é, na realidade, “eliminar direitos dos trabalhadores”.
Temer diz que Lula quer restabelecer o imposto sindical e por isso critica a reforma trabalhista
Segundo Michel Temer, presidente em 2017 quando a reforma trabalhista foi aprovada e passou a vigorar, em declaração durante um evento em São Paulo neste sábado (04), a lei foi feita e não tirou o direito de ninguém, pois eles estão na Constituição.
“Quando fizemos a reforma, não tiramos nenhum direito, eles estão na Constituição. Nós demos direitos”, disse ele em alusão a condições para a jornada intermitente de teletrabalho. “O que o atual candidato está querendo é eliminar direitos trabalhistas”, completou.
Segundo informações publicadas pelo portal “UOL”, a assessoria de imprensa de Lula disse que o ex-presidente “tem discutido uma revisão da reforma para criar melhores condições de trabalho e mais empregos”. “A fala de Temer sobre Lula não procede e não cabe comentários”, completou a área da comunicação do ex-chefe do Executivo.
Em abril, assim como publicou o Brasil123, Lula deu a entender que pretende revogar a reforma feita durante a gestão de Michel Temer. Na ocasião, Lula afirmou que existem itens na reforma, como a flexibilização e o trabalho intermitente, que precarizaram a estrutura empregatícia no Brasil.
Por conta disso, a campanha do ex-presidente vem elaborando um plano para mudar as regras trabalhistas. Para Lula, não é necessário retomar à “rigidez” de antes. No entanto, é preciso criar uma vinculação dos trabalhadores aos direitos garantidos pela CLT, como férias remuneradas, licença maternidade, entre outros.
Reforma trabalhista
Sancionada em 2017, a reforma trabalhista, dentre outras coisas, alterou as regras sobre férias, jornada de trabalho e contribuição sindical. Ao todo, foram modificados 117 artigos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), a maior mudança desde a sua criação.
Na época em que foi aprovada, o governo de Michel Temer afirmou que a reforma iria facilitar nas contratações, gerando assim até dois milhões de vagas em dois anos, e seis milhões em dez anos. Desde então, no entanto, ao invés de aumentar, o número de empregos gerados diminuiu.
Em 2020, Michel Temer confessou que as projeções foram exageradas e que a geração de empregos, na realidade, seria menor do que a estipulada ao se propor as alterações. Todavia, ele sempre defendeu a medida, dizendo que a faria de novo caso fosse necessário.
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