O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desistiu de incluir a revogação da reforma trabalhista, que foi aprovada durante o governo de Michel Temer (MDB), em seu programa prévio de governo. A informação foi dada neste sábado (11) pelo presidente do Solidariedade, Paulinho da Força, durante entrevista ao canal “CNN”. De acordo com a emissora, por conta da polêmica em torno da divulgação da prévia do programa, Lula teria ligado para aliados, incluindo Paulinho da Força.
Lula vai ‘eliminar direitos’ se revogar reforma trabalhista, diz Temer
Na ocasião, o ex-presidente teria dito que iria retirar o termo “revogação” do programa, algo quisto pelas próprias centrais sindicais, que assim como publicou o Brasil123, estão se opondo à revogação de todos os pontos do texto. Para essas organizações, o correto seria realizar um ajuste, mantendo assim parte do poder de negociação dos trabalhadores.
Devido à polêmica em torno do plano de governo, a deputa Gleisi Hoffmann, presidente do PT, explicou em sua rede sociais que, apesar de a revogação da reforma ter sido aprovada internamente pelo partido, não é unanimidade entre os demais que compõem a coligação pela candidatura de Lula. Segundo ela, a ideia agora é substituir “revogação” por “modernização”.
Em sua prévia do plano de governo, o PT disse que sua ideia seria construir “uma nova legislação trabalhista”. A ideia foi defendida várias vezes pelo ex-presidente Lula, que afirma que a lei, aprovada em 2017, retirou muitos benefícios dos trabalhadores.
Na prévia, o PT afirma que o trabalho em prol da revogação da norma estará no centro do projeto de desenvolvimento da legenda para o Brasil caso Lula seja eleito. “Defendemos a revogação da reforma trabalhista feita no governo Temer e a construção de uma nova legislação trabalhista, a partir da negociação tripartite”, disse a sigla.
Ainda conforme o PT, o intuito é criar uma lei que “proteja os trabalhadores, recomponha direitos, fortaleça os sindicatos sem a volta do imposto sindical, construa um novo sistema de negociação coletiva e dê especial atenção aos trabalhadores informais e de aplicativos”.
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