O ex-presidente Lula recente admitiu seus planos de criar uma ligação política com as Forças Armadas, em uma tentativa de amenizar sua rejeição. Em documento oficial, o político revelou que seus planos deviam estar preparados apenas em 2022, porém, o aumento do tensionamento político no país e os sinais claros de que militares rejeitam o retorno do petista ao palácio do Planalto têm feito com que seu entorno defenda que seja lançado ainda neste ano. Sendo assim, até o momento não há informações sobre novos prazos.
O que se sabe é que Lula quer oficializar seu respeito às Forças Armadas e defender a soberania nacional. Para reforçar o argumento, o ex-presidente também relembrou os militares de que seu governo foi o período em que houve maior aporte orçamentário de todos os tempos.
O PT parece concordar com as ações de Lula, pois seria uma boa forma de garantir um retorno pacífico caso ele seja reeleito em 2022. Nelson Jobim e Celso Amorim, respectivamente ex-ministro da Justiça e do Supremo Tribunal Federal e ex-ministros da Defesa, também têm ajudado no debate sobre o modelo ideal dessa aproximação.
Entretanto, a maior dificuldade para o ex-presidente Lula é encontrar alguma abertura com as Forças Armadas. Os militares não abrem brecha para uma renegociação, fazendo pesadas críticas aos supostos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção passiva além dos processos do tríplex do Guarujá e do sítio de Atibaia.
Forças Armadas: rejeição a Lula, apoio a Bolsonaro
Como noticiado pelo Brasil123, a noite dessa segunda-feira (02), os oficiais do Clube Militar, o Clube Naval e o Clube de Aeronáutica lançaram um comunicado oficial a favor do voto impresso. Militares da reserva das Forças Armadas estão ao lado de Jair Bolsonaro no impasse que gerou confrontos com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e com o Supremo Tribunal Eleitoral (STF).
Na nota oficial, os militares reforçaram os argumentos falaciosos que o presidente defendeu em sua live na última quinta-feira (29). Dentre as declarações, os oficiais escreveram que “digitais da NASA, do Pentágono, de partidos políticos americanos e de grandes empresas privadas, mesmo protegidos por sistemas de segurança (CyberSecurity) up to date, já foram invadidos (…) Diante destas inquestionáveis evidências, seriam as urnas eletrônicas brasileiras realmente inexpugnáveis?”.
O texto ainda cita a PEC 135/2019, que transita no Congresso e defende as mudanças no sistema eleitoral brasileiro. A avaliação dentro do Legislativo é que a mudança tem poucas chances de ser aprovada no atual momento.
Também na noite dessa segunda, o TSE aprovou por unanimidade uma medida em resposta aos ataques de Jair Bolsonaro. Sendo assim, por sugestão do ministro Luís Roberto Barroso, a entidade enviará ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma notícia-crime contra o presidente em decorrência das divulgações de fake news.
Por causa de Bolsonaro, o TSE também está tentando se resguardar com medidas protetivas e, embora não esteja previsto pelo seu Regimento Interno, o Tribunal irá investigar ataques contra o sistema eletrônico de votação e à legitimidade das eleições em 2022. A investigação prevê medidas cautelares para colheita de provas, com oitivas de pessoas e autoridades, além de juntada de documentos, realização de perícias e outras providências.