Luiz Inácio Lula da Silva pediu desculpas nesta quinta-feira (22) após receber críticas por suas declarações envolvendo pessoas com transtornos mentais, realizada em uma entrevista que ocorreu no dia 21, quarta-feira.
Nessa entrevista, Lula afirmou que o Brasil precisa de mais psiquiatras para tratar os transtornos mentais, mas que segundo suas palavras “é importante também ter cuidado para não colocar um psiquiatra a cada esquina”.
Com isso, as colocações do presidente foram bastante criticadas também por setores de proteção a pessoa com deficiência. Contudo, Lula já se retratou sobre as falas que ocorreram sobre o assunto.
Fala de Lula que gerou mal-estar
A fala original ocorreu em um encontro com os chefes dos outros três poderes, além de governadores e prefeitos, o intuito era tratar de ações de prevenção a violência nas escolas. Com isso, o presidente se referiu aos ataques que ocorreram em Blumenau (SC) no início do mês, nesse sentido, o presidente Lula disse o seguinte:
“Sempre ouvi dizer que a Organização Mundial da Saúde sempre afirmou que a humanidade deve ter mais ou menos 15% de pessoas com problema de deficiência mental. Se esse número é verdadeiro, e você pega o Brasil com 220 milhões de habitantes, se você pegar 15% disso significa que temos quase 30 milhões de pessoas com problema de desequilíbrio de parafuso. Pode uma hora acontecer uma desgraça”
Lula pede desculpas pelo mal-estar causado
“Destaco esse acordo também pois gostaria de pedir desculpas sobre uma fala que fiz na semana passada, durante reunião sobre violência nas escolas. Conversei e ouvi muitas pessoas nos últimos dias e não tenho vergonha de assumir que sigo aprendendo e buscando evoluir. É por isso que quero me retratar com toda a comunidade de pessoas com deficiência intelectual, com pessoas com questões relacionadas à saúde mental e com todos que foram atingidos de alguma maneira por minha fala”, disse.
“Não devemos relacionar qualquer tipo de violência a pessoas com deficiência ou pessoas que tenham questões de saúde mental. Não vamos mais reproduzir esse estereótipo. Tanto eu quanto nosso governo estamos abertos ao diálogo. Como presidente de um país com uma grande parcela da população de PCDs, estou disposto a aprender e fazer o possível para que todos se sintam incluídos e respeitados. É assim que avançamos enquanto pessoas, país e sociedade”, concluiu.
Entidades criticam discurso de presidente
Setores e entidades ligadas a causa da proteção de pessoas com deficiência criticaram a posição do presidente Lula, e reforçaram o caráter capacitista do discurso. Com isso, a deputada estadual Andréa Werner do PSB-SP, que também é presidente da comissão de defesa dos direitos da pessoa com deficiência da Assembleia Legislativa de São Paulo, Disse que Lula foi infeliz.
Além disso, segundo a própria deputada, Lula foi: “profundamente infeliz ao associar casos de violência a pessoas com deficiência e transtornos psiquiátricos.”
“Temos dados que mostram que essas pessoas são, via de regra, vítimas de violência. Os termos usados, que muitas vezes a gente entende como do cotidiano, de uma conversa com amigos, ou que em espaços informais ainda passam como inofensivos, são ferramentas de desumanização e estigmatização contra quem é vítima de violência”
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