Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ex-presidente da República, quer dar mais espaço ao ex-governador Geraldo Alckmin (PSB) na cúpula de sua campanha ao Planalto. De acordo com o jornal “Folha de S.Paulo”, a ideia é que o ex-gestor paulista tenha protagonismo na chapa e indique três nomes para a equipe de plano de governo e mais dois para a coordenação política.
Segundo o jornal, a direção do PT espera que Alckmin consiga atrair nomes históricos do PSDB, que permanecem filiados ao partido rival. O ex-governador de São Paulo foi um dos fundadores do partido tucano e saiu da legenda no ano passado, após mais de 33 anos.
Conforme a “Folha”, a cúpula petista considera ser fundamental uma aliança com o PSDB para derrotar o atual presidente Jair Bolsonaro (PL), mesmo que o partido tenha uma candidatura própria ou se alie ao MDB, apoiando oficialmente a senadora Simone Tebet (MS).
Até o momento, mesmo com o anúncio oficial da chapa, ainda não foram apresentadas propostas claras para um futuro governo que conciliem as diferenças entre aliados de Lula e Alckmin. Nesse sentido, a ideia é buscar novos aliados que integram ou integravam o PSDB para mostrar que o ex-governador não será uma mero expectador na eventual presidência de Lula.
Segundo o advogado e coordenador do grupo Prerrogativas, Marco Aurélio Carvalho, que integra o círculo mais próximo de Lula, também à “Folha”, o núcleo da campanha terá dois grupos:
- Um para a coordenação executiva enxuta;
- E outro para a coordenação-geral, com os líderes dos partidos aliados.
Segundo ele, que ressalta que “a expectativa é que Alckmin tenha protagonismo na campanha”, não sendo um parceiro “só de fachada”, a ideia é ter apoio de integrantes do PSDB tenham peso na opinião pública, acesso aos meios de comunicação e ao mercado.
Um desses nomes é Aloysio Nunes, que assim como publicou o Brasil123, já avisou que irá apoiar Lula. De acordo com o ex-chanceler, a escolha não é uma rejeição à provável aposta de seu partido, o ex-governador João Doria, mas sim uma escolha “entre a civilização e a barbárie”.
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