O presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, tanto em conversas diretas, quanto por recados passados por seus interlocutores, que está disposto a aceitar pedidos encaminhados pelo Centrão, grupo que hoje tem como homem forte o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), para garantir o apoio ao governo no Legislativo.
Lula coleciona pedidos de impeachment com assinatura de aliados
De acordo com informações reveladas neste domingo (11) pelo jornal “Folha de S. Paulo”, apesar de aberto a negociar, Lula fez duas ressalvas que atingem, inclusive, exatamente os pedidos que mais interessam ao grupo de Arthur Lira: o lugar da ministra da Saúde, Nísia Trindade, e a devolução do controle da liberação de emendas parlamentares para o Congresso Nacional.
Segundo o jornal, nas últimas semanas, Lula tem dito a seus interlocutores mais próximos que em nenhum momento vai querer entrar em guerra com Arthur Lira. Isso, porque ele sabe da força e também a importância que o líder da Câmara dos Deputados tem hoje na casa.
Conforme os assessores, Lula entende que o atual Congresso é mais conservador e que Arthur Lira é a principal liderança na Câmara. Todavia, informa o jornal, o chefe do Executivo avalia que não pode ceder a todos os pedidos do grupo do presidente da Casa.
Hoje, aliados de Arthur Lira planejam o comando do Ministério da Saúde, mas Lula não tem a intenção de trocar a ministra Nísia Trindade, visto que prometeu durante a campanha que teria na pasta alguém da área, com elevada reputação no setor. Isso, para evitar interferências políticas no ministério.
O jornal explica que isso não significa, todavia, que os aliados de Lula não possam indicar nomes para ocupar cargos em áreas do Ministério da Saúde. “Desde que os nomes sejam de pessoas com conhecimento do setor, a equipe de Lula entende que podem ser feitas nomeações no ministério”, relata o jornal, que ainda lembra que, na semana passada, os ministros Rui Costa (Casa Civil) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais) estiveram com a ministra para destravar alguns pedidos de aliados na pasta.
Alexandre Padilha ganhou de Lula o poder de poder ordenar que nomeações sejam destravadas – uma das reclamações de aliados que colocaram em risco a votação da medida provisória que reestruturou a Esplanada dos Ministérios. Nos últimos dias, Alexandre Padilha e Rui Costa têm realizado reuniões individuais com os ministros para tratar dessas nomeações e, com isso, acalmar os ânimos na base aliada do governo no Legislativo.
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