O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (14) que, caso volte ao comando do Brasil, irá revogar a reforma trabalhista e criar uma nova legislação. Na declaração, dada em um encontro que reuniu as maiores centrais sindicais do país, o ex-chefe do Executivo criticou o centrão e ainda comentou sobre a reforma tributária.
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O evento, realizado em São Paulo, foi o primeiro grande encontro de Lula com diversas lideranças sindicais. Na ocasião, o pré-candidato ao Planalto foi elogiado pelo ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), que será seu vice.
“Não adianta falar: ‘Vamos mudar tudo e voltar ao que era antes’. Não! Nós queremos melhorar. Ter uma legislação trabalhista à realidade atual. Não queremos voltar para 1943, queremos fazer um acordo em função da realidade dos trabalhadores em 2023”, disse Lula.
O tema lei trabalhista já está, inclusive, incluído no plano de governo que o PT deverá apresentar aos partidos aliados. No documento, fala-se em revogar a norma. Apesar disso, a informação é que, no Partido dos Trabalhadores, o desejo é criar uma nova lei. Esta, sem pontos que a legenda considera “mais prejudiciais aos trabalhadores”.
“Eles tentaram achar uma solução com o trabalho intermitente, fazendo com que o trabalhador não tenha direito”, criticou o ex-presidente, que ainda citou os trabalhadores de aplicativo, debochando do termo “empreendedor”.
“Sempre disse que o emprego é uma coisa sagrada. Quando a gente tem carteira assinada, estabilidade social, previdência social, parece que a gente está no céu. Agora, tem muita gente desempregada”, afirmou Lula.
Crítica de Lula ao centrão
Durante o evento, Lula ainda criticou o centrão, grupo que apoia o presidente Jair Bolsonaro (PL), mas apoiou o petista durante os oito anos em que ele esteve à frente do Palácio do Planalto.
Para Lula, o necessário é eleger uma grande bancada de deputados e senadores “para fazer as mudanças necessárias”, sem ter que depender do centrão. “É preciso ter muitos companheiros comprometidos com aquilo que vocês pensam para que a gente possa mudar”, afirmou.
“Se vocês conseguirem eleger um presidente da República e um vice e só elegerem uma pequena parte dos deputados, a gente vai chorar e o centrão vai continuar fazendo o orçamento secreto e vai continuar fazendo com que o dinheiro seja revertido para quem menos precisa”, pontuou o ex-chefe do Executivo.
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