Nesta quarta-feira (18), em entrevista à jornalista da GloboNews Natuza Nery, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que tem o compromisso de zerar o desmatamento na Amazônia até 2030. Importante destacar que, Lula assumiu a presidência da República em um momento em que a taxa de desmatamento na Amazônia está em alta, uma vez que em 2022 teve mais de 10 mil km² de floresta nativa desmatada.
Compromisso ambiental
Em setembro de 2022, o então candidato ao Palácio do Planalto, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou aos líderes indígenas de Belém (PA) que, se fosse eleito, “a boiada não vai passar mais”. Lula se referia a “corrida desenfreada” para desmatar em um tempo onde as medidas legais em relação à especulação fundiária e aos garimpos, que no governo anterior era visto como estímulo ao desenvolvimento da mineração artesanal e em pequena escala, com o objetivo de alcançar o “desenvolvimento sustentável regional e nacional”.
“O compromisso é, até 2030, ter desmatamento zero na Amazônia. E eu vou buscar isso a ferro e fogo. E vou precisar das Forças Armadas, vou precisar da Polícia Federal […], para que a gente possa resolver esse problema definitivamente no Brasil”, apontou Lula na entrevista.
Apoio internacional
Na entrevista, Lula comentou que está tentando marcar um encontro com os presidentes dos países amazônicos (Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Peru, Suriname e Venezuela) para discutir uma “política continental” de proteção ao bioma. Além disso, não é por acaso que Lula falou abertamente sobre a realização da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP26) de 2025 em Belém. Importante destacar que, uma conferência do clima na floresta tropical sul-americana teria um enorme valor simbólico. Vale lembrar que a floresta amazônica é o maior hospedeiro de biodiversidade do mundo e armazena toneladas de CO₂ todos os anos.
Desmatamento na Amazônia
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) calculou que, de janeiro de 2022 até o último dia 30 de dezembro, o número acumulado de alertas de desmatamento na Amazônia foi de 10.267 quilômetros quadrados. O número foi o pior recorde da série histórica anual do Deter, o sistema de monitoramento do desmatamento em tempo real do instituto. Isso se deve à crise econômica e à abolição da regulamentação ambiental brasileira e da autoridade ministerial desde a eleição de Jair Bolsonaro em 2018 que, em seu mandato presidencial, impôs reformas que enfraqueceram os ministros e programas brasileiros de design ambiental.
Em suma, entre 2019, quando Bolsonaro assumiu o cargo, e 2021, a taxa anual de desmatamento no Brasil mais que dobrou em comparação com os três anos encerrados em 2018, levando a destruição da Amazônia a níveis históricos.