Nas últimas semanas, o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem aberto as portas de seu governo para parlamentares que apoiaram o ex-chefe do Executivo Jair Bolsonaro (PL). Hoje, o petista enfrenta o desafio de não desagradar a própria sigla, que atualmente ocupa dez dos 37 ministérios da Esplanada.
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De acordo com informações do canal “CNN Brasil” reveladas nesta segunda (10), Lula, em encontro com membros do Partido dos Trabalhadores (PT), afirmou que vai escolher os locais para acomodar os novos aliados, mas sem “sangrar” a legenda. Nesse sentido, ele ainda afirmou que o compromisso é fazer as mudanças somente em agosto, o que daria tempo para amadurecer algumas das promessas feitas a neo-governistas como Republicanos e Progressistas (PP).
“Todos para dentro do governo. Mas só em agosto”, afirmou um dos líderes que esteve na reunião com Lula no Palácio da Alvorada ao canal já citado. Segundo a “CNN Brasil”, esse líder do Centrão disse que “Lula está apalavrado” com o grupo. Uma das novas alterações na Esplanada, o ministro de Desenvolvimento Social, Wellington Dias, poderia ir para outra pasta, se confirmada a mudança.
Conforme a emissora, O PP indicou o líder do partido na Câmara, André Fufuca (PP), para o lugar de Wellington Dias. Hoje, Lula descarta tirar Wellington tirar Dias do primeiro escalão de governo. Nesse sentido, o petista planeja transferi-lo para outro ministério, o que ainda está em discussão. Outra que pode perder seu posto é a ministra do Esporte, Ana Moser, que pode ser substituída por Silvio Costa Filho (Republicanos) – a ex-atleta é considerada ministra da cota de Lula e não de nenhum partido.
Recentemente, o Republicanos, mesmo prestes a assumir uma posição no governo Lula, comunicou para a gestão que, mesmo com a cadeira de ministro, manterá divergências com o governo sobre pautas de costume, como aborto e legalização de drogas. Com foco em simbolizar o novo momento de articulação política, lideranças da Câmara dos Deputados, segundo a “CNN Brasil”, estão se preparando para uma cerimônia de posse conjunta com muitos políticos convidados. Essas mudanças foram negociadas após a aprovação da Reforma Tributária na Câmara dos Deputados neste final de semana.
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