Durante uma das diversas reuniões ocorridas durante a cúpula do G7, que está ocorrendo no Japão, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu uma política unificada dos países amazônicos. Em agosto ocorrerá a Cúpula da Amazônia, em Belém, evento que busca reunir os chefes de Estado dos oito países que integram a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA).
Nesse sentido, de acordo com o presidente, é necessária uma política séria que envolva também os povos indígenas, buscando evitar o desmatamento na região e, ao mesmo tempo, garantir a sobrevivência das 28 milhões de pessoas que vivem no local. “Eles têm direito de viver, de trabalhar, de comer, de ter acesso a bens materiais que todos nós queremos. E, por isso, precisam explorar não desmatando. Explorar a riqueza da biodiversidade para saber se podemos extrair a possibilidade de desenvolver uma indústria de fármacos, de cosméticos, por exemplo, para gerar empregos limpos”, apontou.
Perante aos países mais ricos do mundo, Lula cobrou que eles cumpram os compromissos assumidos no âmbito internacional, como a doação de US$ 100 bilhões ao ano para que países em desenvolvimento possam preservar suas florestas. “Em todas as COPs [Conferências do Clima das Nações Unidas] as pessoas falam que vão doar US$100 bilhões. Nós estamos aguardando”, disse o presidente Lula.
Lula também comentou sobre exploração de petróleo na foz do Amazonas
Já nesta segunda-feira, o presidente Lula comentou achar “difícil” que a exploração de petróleo próximo à foz do Rio Amazonas possa causar problemas ambientais na região. De acordo com o presidente, ele mesmo vai “cuidar” do assunto assim que voltar ao Brasil, dado que ainda se encontra no Japão para a cúpula do G7.
“Se explorar esse petróleo tiver problemas para a Amazônia, certamente não será explorado. Mas eu acho difícil, porque a 530 km de distância da Amazônia. Mas eu só posso saber quando eu chegar lá [no Brasil]”, disse o presidente Lula. Na última quarta-feira, o Ibama havia vetado um pedido da Petrobras para realizar uma perfuração teste na costa do Amapá. Contudo, desde então, o instituto vem sendo pressionado para reverter a decisão.
De acordo com o Ibama, o pedido da Petrobras apresentou “inconsistências preocupantes” para uma operação seguram em área de “alta vulnerabilidade socioambiental”. Afirma que a região da bacia da foz do rio Amazonas é de “extrema sensibilidade socioambiental”. Ao responder o Ibama, a Petrobras pediu para que o instituto reconsidere a decisão. “A Petrobras entende que atendeu rigorosamente todos os requisitos do processo de licenciamento”. Além disso, a Petrobras comentou que a exploração do local faz parte de um compromisso com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Brasil (ANP), e que “incorrerá em multa contratual se não for realizado”.
A Petrobras entende que a exploração do petróleo local é importante não só para a empresa, mas também o nível de segurança e soberania energética nacional, dado que a indústria petrolífera precisa repor reservas constantemente, uma vez que os recursos relacionados ao petróleo são conhecidamente finitos.