José Guimarães (PT), que hoje desempenha a função de líder do governo na Câmara dos Deputados, afirmou nesta quinta-feira (29) que vai organizar encontros entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e os líderes dos partidos na Casa. O objetivo, afirma ele, será melhorar a articulação política do governo.
Em entrevista ao canal “CNN Brasil”, o deputado também afirmou que pretende, até o fim do ano, fazer com que a administração petista tenha uma relação “azeitada” com a Câmara. “O governo está azeitando a relação [com a Câmara] e, até o fim do ano, estará completamente azeitada”, disse.
“O presidente pediu para ter reuniões semanais ou quinzenais com os líderes, lá no Alvorada, para conversar. O governo tem seus articuladores políticos, mas é bom o presidente estar próximo, e queremos aprimorar isso”, completou José Guimarães.
Conforme as informações, o Planalto espera que, até o recesso parlamentar de julho, possam ser votadas as mudanças nas regras do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), o marco fiscal e a reforma tributária. Para isso, será necessário ter diálogo com os parlamentares, os responsáveis pela aprovação dos temas.
Por conta disso, o líder do governo aposta nesses encontros para aproximar a gestão Lula dos deputados – assim como vem publicando o Brasil123, desde o começo do ano, deputados deixam clara a sua insatisfação com a gestão Lula – o ministro da Casa Civil, Rui Costa, e o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha são os mais criticados.
Hoje, os deputados alegam que tem existido uma demora na liberação de cargos e emendas parlamentares. Além disso, eles dizem que há falta de diálogo com os parlamentares e que o chefe da Casa Civil tem se “intrometido” na política.
“Não tem chefe da Casa Civil que não se envolva em política. A Casa Civil tem que fazer política”. Eu vou fazer um café, ainda neste semestre, dos líderes com Rui Costa. É fundamental. Eu mesmo fiz um esforço para colocar ele em diálogo com os líderes e com Lira”, explicou José Guimarães.
Na sequência, ao comentar sobre as dificuldades enfrentadas pelo governo neste primeiro semestre para aprovar projetos na Câmara, ele exaltou o fato de que a gestão Lula conseguiu aprovar 87 matérias na casa – ele também citou que o governo vai priorizar o envio de projetos de lei ao invés de decretar Medidas Provisórias (MP).
“O maior drama meu aqui foi a MP dos Ministérios, parecia que o teto deste plenário ia cair na nossa cabeça. Fora isso, nós tivemos dois problemas, pequenos perto do que aprovamos aqui: o decreto do saneamento, que não teve discussão anterior, e a questão da MP da Mata Atlântica” disse ele que, por fim, negou que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), tenha cobrado cargos e ministérios do governo.