O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pode desembarcar no continente africano ainda no primeiro semestre deste ano. De acordo com informações do canal “CNN Brasil”, Lula planeja visitar três países, sendo eles: África do Sul, Angola e Moçambique.
Ainda segundo o canal, o “tour”, que pode acontecer já no mês de maio, acontecerá com o intuito de reaproximar o Brasil do continente africano. Em seus oito anos à frente do país, Lula teve como uma das prioridades de sua política externa a aproximação com o “Sul Global”.
Em entrevista ao canal citado, Amâncio Jorge de Oliveira, que é professor titular do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de São Paulo (IRI-USP), relatou que viagens como essa são “parte importante do relacionamento bilateral”.
Na ocasião, o professor lembrou, todavia, que Lula deve aprofundar as relações com o continente em diferentes frentes. “Não há novidades neste movimento, observando os governos anteriores de Lula. Ele está basicamente retomando sua política externa. E isso não deve ocorrer só do ponto de vista das visitas ao continente, mas também com relações comerciais”, explica.
Em seus governos anteriores, Lula fez dos países africanos destinos recorrentes. Prova disso é que, ao todo, o chefe do Executivo, de 2003 a 2010, realizou 33 viagens às nações do continente, inaugurando 18 novas embaixadas na região.
Ainda durante este tempo, o comércio bilateral entre o Brasil e a África, de acordo com o Centro Internacional de Comércio (ITC, na sigla em inglês), saltou de US$ 5 bilhões a US$ 20 bilhões e as exportações brasileiras para o continente passaram de US$ 2,9 bilhões para US$ 9,2 bilhões; as importações, de US$ 3,2 bilhões para US$ 11,2 bilhões.
Essa política de aproximação “Sul-Sul”, de acordo com Amâncio Jorge de Oliveira, diminuiu durante os governos de Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL), que durante quatro anos, sequer visitou a região. “Houve um distanciamento [em relação à África] tanto com [Michel] Temer quanto com Bolsonaro, por questões distintas. Temer operou uma crise doméstica, sem muito espaço para pensar a política internacional. Já com Bolsonaro havia uma questão ideológica”, afirmou ele.
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