O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pode indicar um ministro para o Supremo Tribunal Federal (STF) nas próximas semanas. Isso acontece porque, de acordo o jornalista Gerson Camarotti, da “TV Globo”, o ministro da Corte Ricardo Lewandowski, em conversa reservada, avisou Lula sobre sua decisão de antecipar a aposentadoria para logo depois do feriado da Páscoa.
Até então, existiam pedidos de ministros tanto do STF quanto do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para que ele ficasse até o dia 11 de maio, quando completará 75 anos, a idade limite para que um ministro atue no Supremo – o ofício de um pedido oficial de aposentadoria, segundo Gerson Camarotti, deve ser enviado por Ricardo Lewandowski até o final desta semana.
Conforme o jornalista, o encontro do ministro com Lula aconteceu na semana passada, quando os dois estiveram juntos em Recife, no Pernambuco, e Ricardo Lewandowski homologou um acordo feito entre a União e o estado em questão para que seja possível existir uma gestão compartilhada do arquipélago de Fernando de Noronha.
Essa homologação aconteceu no Palácio do Campo das Princesas, sede do Governo de Pernambuco, e contou com a presença de Raquel Lyra (PSDB), governadora do estado. De acordo com Gerson Camarotti, pessoas que estavam no local relataram que Lula e o ministro do STF conversaram por um longo momento. Isso, em uma mesa afastada das demais autoridades.
Sucessão no STF
Segundo Gerson Camarotti, em conversas no STF, Ricardo Lewandowski não tem economizado elogios ao jurista e professor Manoel Carlos de Almeida Neto. O nome em questão foi Secretário-Geral da Presidência do STF e do TSE e é pós-doutor e doutor em Direito Constitucional pela USP.
Recentemente, o ministro, durante um encontro com interlocutores na sede do STF, afirmou que o jurista é para ele uma “espécie de filho”. Por outro lado, todavia, Lula tem elogiado Cristiano Zanin, que é seu advogado e foi o responsável por defender o presidente em vários processos recentes, como o da Lava Jato.
Apesar do desejo, existe a possibilidade de que o nome do defensor seja deixado de lado, pois, no Palácio do Planalto e no Congresso Nacional, interlocutores do presidente alertam sobre o “custo político” de uma indicação de Zanin para a primeira vaga. No entanto, destacou uma fonte em entrevista ao jornalista citado, “uma coisa é certa: nessas duas vagas, Lula fará uma escolha pessoal baseada na sua experiência com a própria Corte”.
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