Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ex-presidente da República e candidato ao cargo neste ano, fez um apelo nesta quinta-feira (06) durante um ato realizado São Bernardo do Campo, em São Paulo: “quem tiver uma gota de sangue nordestino” não vote no presidente Jair Bolsonaro (PL).
Lula justificou seu pedido ao fato de que Bolsonaro teria associado a vitória do petista no Nordeste por conta do analfabetismo na região. A declaração de Bolsonaro foi feita na quarta (05) durante uma transmissão nas redes sociais.
Na ocasião, Bolsonaro leu uma notícia que diz que Lula havia vencido em estados com alta taxa de analfabetismo. “Uma notícia importante, pessoal: ‘Lula venceu em nove dos dez estados com maior taxa de analfabetismo”, começou o presidente.
“Vocês sabem quais são esses estados? São do nosso Nordeste. Não é só taxa de analfabetismo alta o mais grave nesses estados. Outros dados econômicos agora também são inferiores nessas regiões”, completou Bolsonaro.
Em outro momento, o chefe do Executivo afirmou que “esses estados do Nordeste estão sendo há 20 anos administrados pelo PT”. “Onde a esquerda entra, leva o analfabetismo, leva a falta de cultura, leva o desemprego”, disse o presidente.
No primeiro turno das eleições, o petista venceu Bolsonaro em 14 estados brasileiros. Dentre esses estão todos os localizados no Nordeste do país. Por conta disso, nesta quinta, ele fez o apelo para, inclusive os que não vivem na região, deixem de votar em Bolsonaro no segundo turno.
“Ontem o meu adversário disse que eu só ganhei as eleições dele porque o povo nordestino é analfabeto […] Eu queria pedir para vocês que vocês mandassem telefonema para os parentes de vocês no Nordeste. Quem tiver uma gota de sangue nordestino não pode votar nesse negacionista monstro que governa esse país. Ele tem que aprender uma lição”, disse Lula.
Ainda durante a declaração, o petista disse que os nordestinos ajudaram a construir o país e que o analfabetismo ainda existe no país. Isso ainda acontece, relata Lula, que esteve no poder de 2002 a 2010, porque o Brasil “nunca teve um governo que se preocupasse com a educação”.
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