O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou neste sábado (22), logo após uma reunião realizada junto com o chefe do Executivo de Portugal, Marcelo Rebelo de Souza, que jamais igualou responsabilidades de Rússia e Ucrânia ao comentar a guerra entre os países do leste europeu. Assim como publicou o Brasil123, em fevereiro do ano passado, tropas russas invadiram a Ucrânia por ordem de Vladimir Putim, presidente da Rússia.
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“Eu nunca igualei os dois países, porque eu sei o que é invasão, eu sei o que é integridade territorial. Todos nós achamos que a Rússia errou. E já condenamos em todas as decisões da ONU. Mas a guerra já começou e é preciso parar a guerra. E para parar a guerra tem que ter alguém que converse e o Brasil está disposto”, disse Lula, em uma opinião diferente da adotada nos últimos meses.
Na semana passada, por exemplo, enquanto estava da China, Lula disse que a Ucrânia tem responsabilidade pelo início do conflito que culminou na morte de milhares de pessoas no país. Neste sábado, Lula disse que não vai visitar a Rússia e nem a Ucrânia enquanto não houver um clima de construção de paz e que nenhum dos países parecem querer parar a guerra. Nesse sentido, petista disse ser preciso encontrar uma solução “política e negociada”.
“No caso da guerra, a Rússia não quer parar, a Ucrânia não quer parar […]. É melhor encontrar uma saída em uma mesa do que continuar tentando encontrar uma saída no campo de batalha”, declarou, que ainda foi perguntado por jornalistas se ele continuava com a posição de que a União Europeia está contribuindo para a guerra na Ucrânia. Neste momento, o presidente brasileiro disse que quem não fala em paz contribui para a guerra.
“Veja, se você não fala em paz, você contribui para a guerra. Eu vou te contar um caso: o chanceler Olaf Scholz foi ao Brasil e foi pedir para que o Brasil vendesse os mísseis para que ele doasse à Ucrânia. O Brasil se recusou a vender os mísseis, porque, se a gente vendesse os mísseis e esses mísseis fossem doados à Ucrânia, e esses mísseis fossem utilizados e morresse um russo, a culpa seria do Brasil. O Brasil estaria na guerra. E o Brasil não quer participar da guerra. O Brasil quer construir a paz”, declarou Lula.
Por fim, o petista afirmou que “condena” a violação à integridade territorial da Ucrânia promovida pela Rússia. “O meu governo condena a violação à integridade territorial da Ucrânia. Defendemos uma solução política e negociada para o conflito. Precisamos criar um grupo de países que se sentem à mesa tanto com a Ucrânia como com a Rússia para encontrar a paz”, completando que “a guerra não constrói absolutamente nada”. “A guerra só destrói. E eu não acho correto as pessoas ficarem em guerra”, finalizou o chefe do Executivo.
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