A viagem do presidente Lula à China será um grande movimento político, a nível mundial, e muitos países devem acompanhar detalhes do encontro. Isso porque o Brasil é um dos maiores produtores de alimentos do mundo, ao passo que a China, segunda maior economia do mundo, quer aumentar sua influência na América Latina.
Recentemente, os países fecharam um acordo em que as exportações brasileiras devem começar a ser transacionadas na moeda chinesa, sem a atual necessidade do dólar. Na prática, isso aproximaria Brasil e China ainda mais. Um anúncio oficial deve sair quando Lula estiver no país, na semana que vem.
Viagem mais importante do ano
A viagem mais importante do ano para Lula será a ida à China. O encontro, que estava marcado inicialmente para o fim de março, foi adiado por conta de problemas de saúde do presidente brasileiro. Contudo, uma nova data está confirmada na agenda presidencial: 11 de abril. A comitiva ficará no país asiático até 14 de abril.
Segundo a agenda, ainda não oficial, o encontro de Lula e Xi Jinping deve acontecer no dia 14 de abril, no final da visita. Além do presidente, uma vasta comitiva de políticos e empresários deve estar presente no país. A ideia é fechar diversos acordos com os chineses, em especial no setor de carnes e outros alimentos. Atualmente, a China tem 1,4 bilhão de habitantes, o que, para as empresas brasileiras, significa um grande mercado consumidor.
Nessa semana, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, confirmou ao G1 que não comparecerá ao encontro. Por outro lado, Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, afirmou que se juntará à comitiva de Lula na China.
Além da importância do setor agropecuário, outros acordos estão nas pautas discutidas entre os dois países.
As pautas do encontro de Lula e Xi Jinping
Diversas pautas devem ganhar espaço nas discussões entre Lula e Xi Jinping. Isso porque, atualmente, a China é a maior parceira comercial do Brasil e tem grande importância no crescimento do país. Por outro lado, para a China, o Brasil representa a maior economia da América do Sul, local onde os chineses querem ter maior influência.
As conversas devem abordar um acordo de venda de créditos de carbono do Brasil à China. Atualmente, os chineses são responsáveis por quase 25% das emissões de gás carbônico. A justificativa é que a energia do país é, majoritariamente, proveniente do carvão.
Além disso, Lula deve mencionar o novo acordo que prevê pagamentos de exportações brasileiras em yuan, a moeda chinesa. Na prática, isso diminui os custos de transação ao evitar a necessidade do uso do dólar para compra e venda de produtos brasileiros por parte dos chineses, e vice-versa.
Por fim, a abertura do mercado de carnes e alimentos para os produtos brasileiros também deve ser uma pauta forte, talvez a principal. A comitiva deve evitar assuntos nos quais ambos os países discordam, como o posicionamento de Putin no conflito da Rússia e da Ucrânia.
Lula chegará na China no dia 11 de abril e ainda não tem agenda oficial divulgada.