Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ex-presidente da república e pré-candidato ao cargo, voltou a falar sobre o caso que envolve o ex-presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, que foi acusado de assédio sexual por funcionários do banco. Na semana passada, o petista disse que “não é policial, nem procurador” e, por isso, não iria opinar.
Já neste domingo (03), em um evento em Salvador, na Bahia, ele se solidarizou com as vítimas do ex-presidente da Caixa, mas sem citá-lo nominalmente. “Nada mais justo do que a luta do povo baiano, ter como símbolo três mulheres. O lugar da mulher era onde ela quisesse estar, na luta pela liberdade”, começou Lula.
“Maria Quitéria, Maria Felipa e Joana Angélica representam não só as mulheres baianas que lutaram pela independência do Brasil, elas representam também as mulheres brasileiras que hoje lutam o dia a dia de uma guerra injusta, expostas ao machismo, ao feminicídios, aos estupros e outras formas de violência. Elas são vítimas todos os dias no Brasil, como as mulheres que foram vítimas de assédio pelo presidente da Caixa”, disse o petista.
No decorrer do evento, Lula tratou sobre outros assuntos. Em dada ocasião ele defendeu que as Forças Armadas se mantenham “comprometidas com a democracia”. “O Brasil independente e soberano que queremos não pode abrir mão das suas Forças Armadas”, disse o ex-chefe do Executivo, em um momento em que existem embates entre os militares e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre as eleições deste ano.
“Não apenas bem treinadas e equipadas, mas sobretudo comprometidas com a democracia. Cabe às Forças Armadas atuar na defesa do território nacional, do espaço aéreo e do mar territorial, cumprindo estritamente o que está definido pela Constituição”, completou Lula, finalizando que tem “certeza de que as Forças Armadas estarão ao lado do povo brasileiro nessa luta pela nova independência, como estiveram em momentos importantes da nossa história”.
Denúncias contra o ex-presidente da Caixa
O comentário de Lula sobre o presidente da Caixa aconteceu porque, assim como publicou o Brasil123 na última quarta (22), uma publicação do portal “Metrópoles” revelou que funcionárias da Caixa denunciaram o executivo, afirmando que sofreram assédio sexual dele. Nos relatos, as mulheres afirmaram que a maioria dos assédios ocorreu durante viagens a trabalho.
Segundo a reportagem, mulheres discutiam denunciar o presidente da empresa desde o ano passado, mas tinham receio do efeito que isso poderia causar, visto que Pedro Guimarães fazia questão de demonstrar a sua influência no governo e junto ao presidente Jair Bolsonaro (PL).
Todavia, após uma reunião e inúmeros relatos, as mulheres resolveram levar o caso ao MPF, que abriu uma investigação para apurar o caso e ouviu vítimas dizendo que Pedro Guimarães agia de maneira inapropriada, com toques íntimos não autorizados, convites inapropriados e outras formas de assédio.
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