Na última quinta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) minimizou as alterações aprovadas por uma comissão do Congresso Nacional na estrutura administrativa do governo. Dessa forma, afirmando que “o jogo começou”. Com isso, durante um encontro com empresários da indústria na Fiesp, em São Paulo, o chefe do Executivo fez comentários sobre o assunto.
“Vamos conversar com o Congresso e fazer a governança que precisamos fazer. O que não pode é a gente se assustar com a política. Toda vez que a população se assusta com a política, o resultado é sempre o pior. É com a política que resolvemos todos os problemas do País”, disse o presidente
Marina Silva reage à aprovação de medida provisória
Na última quinta-feira, a ministra reagiu à aprovação do texto da Medida Provisória e expressou sua determinação em enfrentar a situação, usando uma metáfora inspiradora. Além disso, ela comparou o cenário atual ao de um violinista que continua a tocar em um concerto mesmo quando as cordas de seu instrumento se rompem, encantando assim a plateia.
Dessa forma, a perda de responsabilidades por parte do Ministério do Meio Ambiente ocorreu após Marina vencer uma batalha contra a Petrobras e o Ministério de Minas e Energia. Com isso, ela conseguiu fazer valer uma decisão do Ibama que proíbe a exploração de petróleo na foz do rio Amazonas.
Essa atividade exploratória era de interesse da empresa petrolífera estatal e de políticos da região que têm vínculos com o governo, como David Alcolumbre e Randolfe Rodrigues. No entanto, Randolfe Rodrigues, em um gesto de rompimento com a ministra após diversas crises, deixou o partido Rede.
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Lula pretender reverter modificações
Em uma reunião realizada nesta sexta-feira (26/5), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e seus ministros demonstraram determinação em reverter as mudanças impostas pela comissão mista na medida provisória que reorganizou a estrutura do governo.
Nesse sentido, a redução de ministérios, incluindo os do Meio Ambiente e dos Povos Indígenas, tem gerado desconforto entre os militantes do Partido dos Trabalhadores (PT) e provocado críticas, pois vai ao encontro do discurso ambiental defendido por Lula desde a campanha eleitoral.
A base petista tem sentido o impacto dessas alterações, considerando a perda de atribuições e o enfraquecimento de pastas estratégicas como um retrocesso nas políticas de proteção ambiental e indígena. Diante desse cenário, Lula e seus ministros estão se mobilizando para reverter as mudanças durante a votação no plenário.
Dessa forma, o objetivo é buscar manter a estrutura governamental alinhada com os compromissos e ideais do partido. A intenção é preservar a coerência do governo com suas propostas e assegurar a continuidade das políticas importantes para a base petista.
Assim, a comissão mista encarregada de analisar a Medida Provisória deliberou pela transferência da responsabilidade pelo reconhecimento e demarcação de terras indígenas do Ministério dos Povos Indígenas para o Ministério da Justiça. Além disso, o Ministério liderado por Marina também teve retirada a atribuição de administrar o Cadastro Ambiental Rural (CAR).
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