O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou em entrevista à rádio Bandeirantes que seu vice, o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), não foi um dos que apoiaram o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). A afirmação, no entanto, está longe de ser verdade.
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“Não, não fale isso que não é verdade. O Geraldo Alckmin não só era contra o impeachment como ele pediu um parecer de advogado que deu um parecer contra o impeachment”, disse o ex-presidente durante a entrevista.
“Não, não, não, por favor, não fale isso porque o Alckmin é um homem de bem e um companheiro que vai me ajudar de forma extraordinária a consertar este país”, completou o ex-chefe do Executivo.
Apesar da declaração, a verdade é que, durante o processo contra a petista, em 2016, Geraldo Alckmin, que era filiado ao PSDB, afirmava que era preciso “virar a página”. “É preciso retomar a esperança, o emprego, o desenvolvimento, o investimento. É isso que interessa”, disse o até então governador de São Paulo.
Ainda à época, Gerando Alckmin deu uma entrevista ao jornal “O Estado de S. Paulo” e disse que concordava em “número, gênero e grau” com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC), que havia declarado ser a favor do impedimento de Dilma.
Além disso, Gerando Alckmin também participou de reuniões com a alta cúpula do PSDB que, na ocasião da declaração, havia afirmado ser a favor do impeachment de Dilma Rousseff. “Assistimos a economia derreter e vemos um quadro político de extrema gravidade que precisa ser abreviado”, disse o até então gestor paulista.
Não suficiente, depois da decisão que sacramentou a destituição de Dilma Rousseff, Geraldo Alckmin disse que o “PSDB agiu corretamente votando favoravelmente ao impeachment” e que o processo havia consolidado “o processo democrático” e aberto “perspectivas para o país”.
Desde que virou aliado de Lula, Geraldo Alckmin tem tentado demonstrar que se manteve neutro durante o processo contra a petista. No mês passado em entrevista ao portal “UOL”, por exemplo, ele afirmou que o impeachment foi “um momento” e que sempre foi “cuidadoso” com o tema, visto que, em sua opinião, “o mandato popular precisava ser respeitado”.
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