Nesta sexta-feira (15), políticos e autoridades comentaram, nas redes sociais, sobre a conclusão das investigações da Polícia Civil no caso do assassinato de Marcelo de Arruda (PT), em Foz do Iguaçu (PR). A instituição disse que não houve motivação política no crime.
De acordo com a delegada Camila Cecconello, “não há provas de que foi um crime de ódio pelo fato de a vítima ser petista”. Para a Polícia Civil, não existem provas suficientes que apontem que o agente penitenciário retornou ao local do crime para cometer um “crime de ódio contra pessoas de outros partidos”. Guaranho, o atirador, foi indiciado por homicídio duplamente qualificado por motivo torpe e sem causar perigo algum.
Um dos políticos que se manifestaram sobre a conclusão das investigações foi o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Marcelo Arruda era um trabalhador, pai, servidor público no Paraná. Planejou sua festa de aniversário em paz, com sua família. Marcelo é vítima de uma violência que foi contra a democracia”, declarou o ex-presidente.
A declaração apareceu em uma postagem, onde Lula compartilhou um artigo da revista Piauí que diz: “o último dia, os sonhos e os planos do guarda municipal petista morto em sua festa de aniversário por um policial penal bolsonarista”, além de informar que “casos de violência dispararam este ano”.
Já a deputada federal Natália Bonavides (PT-RN) declarou que é um “absurdo” ter sido descartada uma possível motivação política para o crime. De acordo com ela, o desfecho não seria o mesmo caso o tema da festa não fosse inspirado no ex-presidente Lula.
Polícia diz que morte não tem relação com apoio de Marcelo à Lula
De acordo com a polícia, Guaranho cometeu o crime após seu carro ter sido atingido por terra e pedras, que teriam sido arremessadas por Marcelo Arruda. No entanto, anteriormente, Guaranho teria xingado os participantes da festa, gritando palavras a favor de Bolsonaro assim que soube que a festa tinha como tema o PT e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“Houve uma discussão por questões políticas”, disse a delegada Camila Cecconello, chefe da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa. Ainda, segundo a delegada, durante a briga, Marcelo Arruda jogou terras e pedras em Jorge José e em sua família. “É difícil dizermos que ele matou por a vítima ser petista. Ele teria voltado por se sentir humilhado”, afirmou.
PT acredita que final das investigações foram prematuras
Para o partido de Lula, o PT, as conclusões apresentadas pela Polícia Civil e pela Secretaria de Segurança Pública do Paraná “são prematuras” e também que o encerramento das investigações “é uma ofensa à família de Marcelo”.
“Entendemos que as conclusões que constam no inquérito apresentado pela Polícia Civil e Secretaria de Segurança Pública, são prematuras, e que podem levar a interpretação de que o que teria ocorrido com Marcelo, seria fruto de uma briga comum sem motivações políticas”, disse o partido em nota divulgada.