Prevista em um primeiro momento para ser apresentada nesta terça-feira (08), a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) de Transição será enviada na quarta-feira (09). A informação é de Julia Dualibi, jornalista da “Globo News”, que revela que o adiamento foi uma determinação do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
De acordo com a comunicadora, o petista decidiu atrasar a apresentação da PEC junto à Comissão Mista do Orçamento para que seu vice, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSB), que desempenha o papel de coordenador-geral da transição, possa dialogar com o Congresso.
Segundo Julia Dualibi, além de Geraldo Alckmin, também participará dos diálogos o senador eleito Wellington Dias (PT), emissário da equipe na Comissão do Orçamento. Ele e o ex-governador consultarão nesta terça o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), e também os líderes das bancadas no Congresso antes de submeter o texto aos integrantes da comissão.
Na segunda-feira (07), Lula se reuniu com a equipe de transição e deu um recado: quer que a equipe envolva mais o Congresso na discussão da PEC para que, assim, sejam maiores as chances de uma aprovação de primeira na Casa – a intenção de Lula, informou Julia Dualibi, é mostrar que sua atual gestão irá substituir o modelo do confronto pelo modelo do diálogo.
Assim como vem publicando o Brasil123, a equipe de Lula quer a aprovação da PEC para garantir promessas de campanha como um Auxílio Brasil de R$ 600. Para isso, estimam aliados do presidente eleito, serão necessários R$ 175 bilhões, um valor que precisa ser aprovado fora do teto de gastos.
Além da PEC, o futuro governo estuda duas outras formas de cumprir o que fora prometido. A primeira é adotar um crédito suplementar por meio de uma Medida Provisória (MP) editada no futuro governo e a segunda é remanejar o orçamento, o que incluiria a destinação de recursos do orçamento secreto para custear as políticas sociais.
De acordo com a jornalista da “Globo News”, aliados de Lula dizem que é possível mesclar as três alternativas. Todavia, a informação é que a equipe do petista espera resolver todas as questões com a aprovação da PEC, deixando as outras medidas para caso a proposta principal seja barrada no Congresso.
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