De acordo com informações prestadas pelo Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou por telefone com o presidente da França, Emmanuel Macron, nesta quinta-feira (26), para tratar da questão da democracia e de grupos de extrema-direita. Vale lembrar que, há duas semanas, bolsonaristas radicais invadiram e destruíram prédios do Congresso Nacional, do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Planalto, localizados na capital do país, Brasília.
Sobre o telefonema
Durante a ligação, os dois presidentes concordaram com os riscos que pairam sobre a democracia devido à violência de grupos de extrema-direita. Nesse contexto, eles discutiram a importância de combater a desinformação.“Durante nossa conversa, reiterei ao presidente Lula o apoio da França após os ataques à democracia brasileira. Reafirmamos nossa determinação de agir pelo clima, pela biodiversidade, por nossas florestas e contra a fome. Vamos enfrentar esses desafios”, publicou Macron em uma rede social.
De acordo com o pronunciamento de Lula no Twitter, a conversa com o presidente francês foi sobre o trabalho conjunto dos dois países sobre mudanças climáticas e fome.
Presidente francês e visita ao Brasil
Lula escreveu no Twitter que convidou Macron para visitar o Brasil. Segundo ele, a visita do presidente francês aprofundará os esforços conjuntos para combater as mudanças climáticas, combater a fome e proteger o meio ambiente. De acordo com a nota, Lula convidou Macron para visitar o estaleiro de Itaguaí, no Rio de Janeiro, onde são construídos os submarinos convencionais e o submarino a propulsão nuclear fruto da cooperação bilateral.
Além disso, o presidente francês convidou o presidente Lula para o One Forest Summit em Libreville, Capital do Gabão, em março, organizado pela França e pelo Gabão. Importante destacar que o Gabão é um país prioritário na luta contra o aquecimento global, tendo 88% de seu território coberto por florestas equatoriais, sendo o segundo pulmão verde do planeta.
Lula e Mercosul-União Europeia
A União Europeia é um grande investidor na América Latina e o terceiro maior cliente comercial. Com isso, o governo Lula visa ratificar o acordo entre o Mercosul e a União Europeia. O acordo removerá gradualmente as tarifas de produtos europeus, como alimentos, produtos agrícolas, indústrias de vestuário e calçados, bem como as indústrias automotiva, farmacêutica e de maquinário.
O assunto foi discutido com o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, durante reunião em Buenos Aires, enquanto o presidente brasileiro visitava o país. Em suma, as mensagens e agendas dos últimos dias sinalizam uma forte agenda do novo governo nas relações exteriores, tendo como prioridade avançar no acordo União Europeia-Mercosul e evitar o enfraquecimento do bloco sul-americano.