O novo governo do Brasil, comandado por Lula, não anda em uma boa relação com o mercado financeiro nas últimas semanas. Nos últimos cinco dias, o índice brasileiro já caiu mais de 6%, apenas por conta dos rumores e dos anúncios feitos pelo novo governo. Por isso, as medidas adotadas pelo governo vêm preocupando especialistas em investimentos e complicando a vida dos investidores.
Por isso, hoje vamos entender o que está acontecendo com o mercado financeiro e porque Lula está fazendo a bolsa cair tanto. Vale lembrar que o Brasil também conta com investimentos de menor risco, como a renda fixa, que fogem da volatilidade dos ativos de renda variável.
Lula não anda de bem com o mercado
O presidente eleito e o mercado financeiro estão trabalhando em direções oposta. Isso porque as pautas caras aos investidores não vêm sendo respeitadas pelo novo governo, que promete muitas mudanças na agenda econômica do país. Com essa mudança brusca, o mercado financeiro ficou com medo da incerteza, o que fez a bolsa cair.
Dentre as agendas do mercado que foram contrariadas por Lula, o Teto de Gastos ainda é a principal. Isso porque o petista afirmou categoricamente que vai derrubar essa medida e colocar uma nova medida de austeridade fiscal no lugar. O governo de transição ainda não definiu qual será o programa substituto da atual regra de gastos públicos.
Além disso, empresários do setor, banqueiros e investidores internacionais queriam um economista no Ministério da Fazenda. Ainda, o nome precisaria ser favorável às medidas de cuidado do dinheiro público, ou seja, que dissesse abertamente que não gastaria mais do que o governo arrecada. Por isso, o mercado não gostou da nomeação de Haddad, que tem formação em direito e mestrado em economia.
Por não ser um economista de carreira, a escolha de Lula gera incerteza em relação ao cenário brasileiro.
As notícias de hoje assustaram
Além do cenário de incerteza em relação às contas públicas, o anúncio feito por Lula hoje (13) desagradou ainda mais o mercado financeiro. Isso porque o petista foi bem claro ao dizer que Aloizio Mercadante seria o nome indicado para comandar o BNDES, banco que incentiva e financia o desenvolvimento de empresas e negócios no país.
Contudo, a notícia de hoje não foi problemática em relação ao nome. Mercadante é economista e já teve participação em outros governos do PT, partido que ajudou a fundar. O problema, neste caso, é que a indicação de Lula é contrária à Lei das Estatais, que prevê que “é vedada a indicação, para o Conselho de Administração e para a diretoria de pessoa que atuou, nos últimos 36 (trinta e seis) meses, como participante de estrutura decisória de partido político ou em trabalho vinculado a organização, estruturação e realização de campanha eleitoral“. Vale lembrar que Mercadante atuou como diretor de grupos técnicos no governo de transição e fez o plano econômico da campanha eleitoral de Lula.
Por isso, especialistas dizem que a nomeação de Lula fere a lei e, por isso, o PT teria o desejo de alterar essa lei. Na prática, ela veda que políticos tenham acesso a controle de empresas estatais, uma herança que assombra a vida do próprio partido. A lei foi aprovada por Michel Temer.