Fontes do Itamaraty informaram à CNN que o presidente Lula deve se encontrar com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. A data ainda não foi divulgada. Contudo, o anúncio informal vem em um momento em que as autoridades internacionais esperam que a Assembleia Geral da ONU aprove o fim dos ataques entre Rússia e Ucrânia.
Por outro lado, o ministro do Itamaraty, Mauro Vieira, conversou com o chanceler ucraniano neste sábado (18), na Alemanha. Lula já recusou o envio de munições para os países da OTAN. Em sua justificativa, o petista afirmou que quer acabar com a guerra, não fomentá-la.
O Brasil e seu destaque internacional
O ministro do Itamaraty, Mauro Vieira, se encontrou com 18 chefes de diplomacia e de defesa neste sábado, 18. Esse episódio marca uma volta do Brasil ao cenário internacional, segundo especialistas. Isso porque durante o governo de Jair Bolsonaro, os encontros multilaterais tiveram uma drástica redução, mesmo com a pandemia.
Em menos de 3 meses de mandato, Lula já fez viagens internacionais e fez negociações importantes com países da OTAN. Recentemente, o presidente do Brasil se reuniu com o presidente americano, Joe Biden. Dentre os assuntos, as pautas ambientais e de segurança internacional entraram nas discussões dos dois países. Além disso, os órgãos internacionais solicitaram ao Brasil o envio de munições para a Alemanha, de forma a fomentar o exército ucraniano. Contudo, Lula recusou o envio afirmando que quer acabar com a guerra.
Em suas redes sociais, em 11 de fevereiro, Lula disse que “precisamos começar um grupo de países que se organiza pela paz. Alguém tem que falar para o Putin e o Zelensky para pararem a guerra. Acho que o Biden tem a clareza que a guerra tem que parar. E eu disse pro Biden que temos disposição de conversar.”
Lula falou sobre Estados Unidos e China
A resolução do conflito entre Ucrânia e Rússia também tem como pano de fundo a guerra comercial entre China e Estados Unidos. Recentemente, um balão gerou tensões entre as potências. Enquanto os chineses dizem que era um dispositivo meteorológico, americanos afirmaram ser um objeto espião. Ambos os lados falaram em “consequências” dos atos. Lula diz que Brasil não participar do que chamou de “guerra fria”.
“O Brasil tem na China e EUA os seus maiores parceiros comerciais. Queremos aumentar a produção de manufaturados, porque assim crescemos nossa economia. Não vou participar de guerra fria com ninguém. E Europa e América do Sul podem criar um bloco muito mais forte de negociação“, disse Lula em suas redes sociais.
Além da visita a Joe Biden, o presidente brasileiro já tem encontro marcado com Xi Jinping, presidente da China. O encontro das duas autoridades deve acontecer no dia 28 de março.