Em uma coletiva de imprensa em Paris, na França, neste sábado (24), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva evitou fazer comentários sobre o anúncio de uma rebelião armada organizada por um mercenário russo contra o exército do presidente russo, Vladimir Putin.
De acordo com Lula, ele desconhece o tamanho da rebelião, não sendo possível comentar uma coisa que ele não sabe, afirmando que seria precipitado fazer uma análise de valor do que está acontecendo. “Pretendo não falar de uma coisa tão sensível sem ter as informações necessárias”, afirmou.
Sobre a rebelião
A rebelião, desconhecida por Lula, é composta por mercenários do exército russo, chamada de grupo Wagner. Vale mencionar que o grupo, que era parceiro do presidente da Rússia, Vladimir Putin, ajudou a conquistar diversas terras da Ucrânia.
No entanto, na noite de sexta-feira (23), o chefe do grupo de mercenários, Yevgeny Prigozhin, afirmou pretender depor o exército da Rússia e tomar o controle de duas cidades russas que possuem instalações militares. O Grupo Wagner (oficialmente chamado de PMC Wagner) foi identificado pela primeira vez em 2014, quando apoiava forças separatistas pró-Rússia no leste da Ucrânia.
Naquela época, era uma organização secreta, operando principalmente na África e no Oriente Médio, e acredita-se que tivesse apenas cerca de 5.000 combatentes – a maioria veteranos dos regimentos de elite e forças especiais da Rússia.
Desde então, cresceu consideravelmente. “Wagner quase certamente agora comanda 50.000 combatentes na Ucrânia e se tornou um componente chave da campanha na Ucrânia”, disse o Ministério da Defesa do Reino Unido em janeiro.
Falas do presidente brasileiro
Questionado a respeito da repercussão internacional sobre a rebelião na Rússia, Lula comentou: “Eu, quando chegar ao Brasil, que eu me informar de tudo o que aconteceu ontem, que tiver várias informações, aí eu posso te falar, mas agora seria chutar, sabe, de forma precipitada uma informação que eu não tenho.”.
“Eu não sei o tamanho da rebelião. Eu só estou te pedindo o seguinte: quem sabe quando eu voltar para o Brasil, no dia seguinte eu já tenha todas as informações possíveis porque eu vou conversar com muita gente a respeito ‘dessa chamada rebelião’”, concluiu o presidente.
Opinião de Lula sobre a guerra
O presidente brasileiro vem tentando assumir um papel de mediador entre a Rússia e a Ucrânia, afirmando que gostaria de propor um possível diálogo que levasse a uma conclusão pacífica. Hoje (24), na coletiva de imprensa, Lula disse que é contra a guerra e que quer a paz.
“O meu pensamento é simples: eu sou contra a guerra. Eu quero paz. É isso. Nós condenamos a invasão da Rússia ao território da Ucrânia. Isso já está declarado e votado na ONU. Mas isso não implica que eu vou ficar fomentando a guerra. Eu quero criar condições para que os dois países se sentem. Por enquanto, eles não querem se sentar porque cada um está achando que vai ganhar, mas em algum algum momento eles vão sentar. E vão precisar de interlocutores com muita responsabilidade para tentar negociar. E o Brasil está participando”, afirmou Lula.