Insinuações do presidente Bolsonaro e de seus apoiadores sobre uma possível composição de ministério do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, caso ele vença as eleições, colocam em dúvida os votos de alguns eleitores indecisos. Os rivais de Lula afirmam que, nomes como José Dirceu, Dilma Rousseff e Gleisi Hoffmann estão cotados para assumir alguns dos ministérios do governo, caso o candidato vença no segundo turno, marcado para o dia 30 de outubro.
Cobrança na possível escolha de Lula
Entrando no segundo turno da eleição presidencial com 48,4% dos votos, Lula escutou cobranças para detalhar seus planos econômicos para um eventual novo mandato. No entanto, o líder de esquerda respondeu que primeiro tem que vencer a eleição presidencial.
Como resultado, o silêncio do ex-presidente sobre o assunto pode comprometer alguns votos. Uma vez que o candidato tem falado muito mais de seus acertos do passado, do que suas propostas para o futuro.
Dessa forma, com a campanha preferindo adiar qualquer previsão para pautas econômicas e até mesmo eventuais nomes da área, caso o ex-presidente seja eleito, o sentimento de desprezo e desconforto vem atingindo alguns eleitores que ainda não decidiram quem votarão no segundo turno.
Possibilidades para Ministro da Fazenda
Na semana passada, o ex-presidente foi questionado sobre a escolha de um possível Ministro da Fazenda para o novo governo. Em resposta, Lula disse estar cercado de muitos economistas de destaque e que, se tivesse se definido por um nome, acabaria perdendo outros.
Especialistas afirmam que com uma vantagem de Lula e Bolsonaro no segundo turno significativamente reduzida, potencialmente levaria a sinais de aceleração na indicação de alguns nomes pelo petista, principalmente sobre os ministérios da Fazenda e da Agricultura.
No entanto, com a pesquisa do Ipec divulgada nesta segunda-feira (10/10) mostrando 51% de intenção de voto para o candidato do PT e 42% para Jair Bolsonaro, candidato à reeleição, os planos para contornar as controvérsias econômicas da região continuam firmes.
No entanto, além do protagonismo do ex-deputado tucano Geraldo Alckmin, Lula aposta na ampliação do apoio de representantes políticos centristas, notadamente PSDB e MDB, como prova de moderação.
PT quer evitar briga interna
Apesar de parecer uma imprudência do ex-presidente em não divulgar alguns nomes para alguns dos ministérios, bem como não compartilhar seus planos econômicos, Lula, “por trás das cortinas”, visa acalmar os eleitores agrícolas, que estão preocupados com o futuro econômico do país.
Em suma, quando questionado sobre a escolha de um ministério da agricultura em eventual governo, Lula disse que escolherá uma pessoa do bem, bom que entende de agronegócio, que entende o mundo exportador e que tenha sensibilidade.