Hoje, todos os holofotes públicos da gestão do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), estão voltados à Proposta de Emenda Constitucional (PEC) de Transição. Internamente, todavia, Andreia Sadi, jornalista da “Globo News”, revela que o tema que tem sido discutido pela futura gestão é o julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o orçamento secreto.
Nesta segunda-feira (05), a comunicadora relatou que a expectativa no governo Lula é a mudança da dinâmica do orçamento secreto. Segundo ela, o assunto dominou os bastidores da transição de Lula na semana passada e deve continuar no centro das atenções nos próximos dias.
Em entrevista à jornalista, um aliado de Lula relatou que “a dinâmica de forças na política vai mudar completamente” caso o STF derrube o orçamento secreto. “Vai ser um terremoto”, disse o interlocutor do petista. Assim como publicou o Brasil123, na próxima quarta-feira (07), a corte vai analisar a constitucionalidade do orçamento secreto.
A transparência dessas emendas é questionada em ações no STF e no Tribunal de Contas da União (TCU). Isso porque o pagamento dessas emendas não exige a identificação de quais parlamentares solicitaram a verba e nem determina a distribuição igualitária entre deputados e senadores.
Esperança de Lula
De acordo com a jornalista, Lula avalia que a derrubada do orçamento secreto fará com que Arthur Lira (PP), presidente da Câmara dos Deputados, não tenha poderes de “primeiro-ministro”. Segundo aliados, o petista não tem nenhuma objeção em negociar e dialogar com o presidente da Casa.
No entanto, o presidente eleito não pretende tratar o chefe da Câmara como um primeiro-ministro. Durante a campanha, Lula chegou a comparar Arthur Lira ao imperador do Japão por conta do orçamento secreto, que lhe dá poder de distribuir dinheiro sem que haja um mecanismo de transparência definido.
Apesar da expectativa de que o orçamento secreto seja derrubado, desde que ganhou a eleição, Lula tem pavimentado uma aliança com Arthur Lira para os próximos dois anos de seu governo na Câmara. Nesse sentido, o PT deixou claro desde o início que não iria lançar candidato para concorrer com Arthur Lira, para não causar nenhuma animosidade com o líder da Casa.
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