A guerra entre Rússia e Ucrânia completará um ano amanhã, 24. Apesar dos novos capítulos tomados nessa semana, com a visita de Joe Biden à Ucrânia e falas de Putin sobre o poderio militar dos russos, especialistas acreditam que uma solução está longe de ser encontrada. Contudo, o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Mikhail Galuzin, afirmou que está analisando uma proposta de paz enviada por Lula.
Em entrevista à rede de notícias Tass, o ministro afirmou que “tomou nota” sobre as declarações de Lula sobre o tema. Recentemente, o presidente brasileiro recusou o envio de munições à Alemanha e disse que seu governo se pautará pelo diálogo entre as duas nações.
O papel do Brasil no conflito
Historicamente, o Brasil tem um papel de neutralidade nos conflitos internacionais. Esse posicionamento se reflete na ausência de guerras internacionais que envolvam o país e o franco diálogo com todas as nações do mundo. No início do conflito, Jair Bolsonaro visitou o presidente russo, Vladimir Putin, para tratar de assuntos estratégicos com o surgimento do conflito.
Contudo, com o fim do mandato e com Lula assumindo o cargo, o Brasil voltou a ter um papel de neutralidade em relação à guerra. Desde sua posse, o presidente brasileiro afirmou que prezaria pela paz, negociaria o fim do conflito e não se envolveria na guerra. Quando solicitado para enviar munições à Alemanha, para ajudar a Ucrânia, Lula disse que não fomentaria o conflito.
Apesar disso, o presidente brasileiro se encontrará com Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia. Hoje, 23, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Mikhail Galuzin, afirmou que está analisando uma proposta de paz enviada por Lula. “Estamos examinando as iniciativas, principalmente do ponto de vista da política equilibrada do Brasil e, claro, levando em consideração a situação in loco”, disse o ministro russo.
Ministro enfatizou as ações de Lula
Na entrevista à rede de notícias Tass, o ministro russo ressaltou as atitudes de Lula em relação à guerra. Além disso, ele ainda afirmou que vê o Brasil como um importante parceiro comercial bilateral e global e citou os acordos em que ambos os países estão presentes.
“Gostaria de enfatizar que a Rússia valoriza a posição de equilíbrio do Brasil na atual situação internacional, sua rejeição a medidas coercitivas unilaterais tomadas pelos Estados Unidos e seus satélites contra nosso país e a recusa de nossos parceiros brasileiros em fornecer armas, equipamentos militares e munição para o regime de Kiev“, disse Galuzin. Além disso, ele também afirmou que a Rússia está de “forma construtiva nos BRICS, G20, ONU e seu Conselho de Segurança“. Além de Zelensky, Lula também visitará Xi Jinping, presidente da China, aliado dos russos.
Em falas anteriores, Lula também afirmou que está na hora da China “colocar a mão na massa” para resolver o conflito. Contudo, especialistas dizem que a influência do Brasil pode ser insuficiente para solucionar o conflito.