O presidente brasileiro discursou, nesta terça-feira (25), na Assembleia da República Portuguesa, em Portugal. Vaiado e também aplaudido, Lula seguiu com seu discurso que busca mexer na ordem internacional, criticando a ONU e também reforçando suas posições em relação ao conflito entre Rússia e Ucrânia.
A viagem a Portugal marca mais um capítulo importante da retomada geopolítica internacional do país, afirmam especialistas. Em seu discurso, Lula criticou os extremismos e afirmou que o mundo precisa de mais diálogo, em vez de “soluções militares”.
Polêmica no Parlamento português
O presidente brasileiro discursou no Parlamento português nesta terça-feira, 25. Apesar de a visita ser considerada relevante pelo governo português, a presença de Lula foi alvo de polêmicas e protestos por partidos de oposição ao atual governo.
Isso porque parlamentares do partido Chega, considerado de extrema-direita por alguns especialistas, vaiaram o presidente Lula. Os 11 parlamentares do partido protestaram contra a presença de Lula, ato respondido com aplausos pelos integrantes do restante da Casa. No mesmo momento, o presidente do Parlamento, Santos Silva, do Partido Socialista (PS), cobrou respeito dos presentes.
Em suas falas, Lula criticou a ascensão do que chamou de “ideologias extremistas”. Segundo ele, elas são impulsionadas pela “ditadura dos algoritmos”, se referindo às redes sociais amplamente utilizadas em processos eleitorais. Além disso, ele afirmou que esses pensamentos “reduzem o espaço para o diálogo e a empatia, propagam o ódio e constrangem a expressão de nossa humanidade“.
Na fala, ele também criticou os políticos contrários à integração da União Europeia, bloco de países europeus que possuem diversos acordos econômicos, políticos e militares. Além disso, no âmbito internacional, Lula defendeu a ampliação do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). Atualmente, o Conselho tem 15 membros, dos quais 5 são membros permanentes: China, França, Rússia, Reino Unido e Estados Unidos.
Lula voltou a falar sobre o conflito na Ucrânia
Depois da pressão sofrida pelos Estados Unidos e pela Europa, Lula recuou em relação às falas sobre o conflito entre Rússia e Ucrânia. Isso porque o presidente afirmou, recentemente, que o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenski, “quis a guerra“. Em suas redes sociais, Lula se defendeu dizendo que nunca igualou os dois países.
No Parlamento português, o presidente brasileiro voltou a defender o diálogo entre as nações. “Quem acredita em soluções militares para os problemas atuais luta contra os ventos da história. Nenhuma solução de qualquer conflito, nacional ou internacional, será duradoura se não for baseada no diálogo e na negociação política“, disse Lula.
Além disso, vale lembrar que essa é a terceira declaração forte do presidente Lula em relação ao conflito. “Condenamos a violação da integridade territorial da Ucrânia. Acreditamos em uma ordem internacional fundada no respeito ao Direito Internacional e na preservação das soberanias nacionais“, disse o presidente brasileiro nesta terça-feira.
Apesar disso, especialistas apontam uma maior aproximação do Brasil com o bloco asiático, principalmente por meio dos BRICS. A aliança internacional vem ganhando cada vez mais força no cenário das relações internacionais do Brasil. Além de Portugal, Lula também visitará a Espanha nesta semana. Em Madri, ele participará do Fórum Empresarial Brasil-Espanha.
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