Um dos assuntos mais debatidos desde o início do G7, foi a “pressão” pela reunião bilateral entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky.
Após adiar a reunião durante a semana, na noite de sábado, dia 20, a reunião estaria acertada para ocorrer neste domingo, mas foi novamente adiada por incompatibilidade de agendas. Nesse sentido, os dois não terão uma reunião bilateral durante a Cúpula dos líderes do G7, no Japão.
Vale lembrar que Lula participa da reunião de cúpula do G7 na condição de convidado. A presença do presidente brasileiro marcou o retorno do Brasil, após 14 anos, ao encontro do grupo que reúne as sete economias mais industrializadas do mundo (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido).
Lula e Zelensky
A reunião bilateral que inicialmente foi proposta pelo presidente ucraniano, foi vista até como uma pressão pelo governo brasileiro nos últimos dias. Após adiar uma vez, enfim, o presidente Lula bateu o martelo e disse que iria se encontrar com Zelensky, mas o encontro não aconteceu.
De acordo com o governo brasileiro, Lula chegou a oferecer mais de um horário, mas a equipe do presidente ucraniano não conseguiu encaixar a reunião na agenda de Zelensky.
Ao ser questionado se ficou decepcionado pelo fato da reunião não ter acontecido, o presidente ucraniano disse ironicamente que achava que Lula deveria ter ficado decepcionado. Zelensky se reuniu neste domingo (21) com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.
A visita de Amorim à Ucrânia
A pressão pela conversa entre Lula e Zelensky ocorreu uma semana depois que o assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência, Celso Amorim, participou de uma reunião com o presidente ucraniano em Kiev, na Ucrânia.
Nas redes sociais, Zelensky escreveu que disse a Amorim que o único plano de paz possível para terminar a guerra provocada pela invasão da Rússia ao seu país é o ucraniano e que discutiu a “possibilidade de realizar uma cúpula Ucrânia-América Latina”.
Na ocasião, ele ainda declarou que esperava receber o presidente Lula na Ucrânia e continuar o diálogo com o governo brasileiro.
Lula e a guerra
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem defendido que um grupo de países se reúna, incluindo o Brasil, para discutir uma saída para o fim da guerra.
O presidente brasileiro, no entanto, afirmou que não planeja visitar a Rússia e a Ucrânia enquanto não houver um cessar-fogo.
Nas últimas semanas, falas de Lula atribuindo responsabilidade pela guerra também à Ucrânia geraram críticas de países, entre os quais os Estados Unidos.