Luiz Inácio Lula da Silva (PT), presidente da República, se encontrou na noite de quarta-feira (03) com parte dos integrantes do Alto Comando do Exército. Além do chefe do Executivo, quem também participou do encontro foi o general da reserva Marcos Amaro, escolhido para assumir o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), e o ministro da Defesa, José Múcio, no Palácio do Planalto.
Segundo informações reveladas pela jornalista Andreia Sadi, do canal “Globo News”, nesta quinta (04), o trio conversou com os generais de quatro-estrelas, o que inclui o comandante da Força Terrestre, general Tomás Paiva.
O nome de Marcos Amaro, que é um militar da reserva com experiência na função, pois ele chefiou a Casa Militar no governo Dilma Rousseff (PT), foi bem visto pelo alto Comando do Exército, ou seja, teve o respaldo para ocupar o lugar que era do general Gonçalves Dias, demitido do cargo após imagens mostrarem que ele estava no Palácio do Planalto no dia dos ataques de 08 de janeiro.
Em conversa com Lula, o ministro da Defesa e também o novo comandante do GSI, segundo Andreia Sadi, sugeriram que o presidente não altere, pelo menos no momento, a estrutura majoritariamente militar da pasta, que já havia tido atribuições esvaziadas, como a perda de controle sobre a segurança imediata de Lula e a Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
Durante a quarta, o governo tentou se desvencilhar de qualquer suspeita de atuação política na Operação Venire, da Polícia Federal (PF), que atingiu o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e culminou na prisão do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordem do ex-chefe do Executivo.
Ao longo da quarta, Lula preferiu não comentar sobre a prisão de Cid, um oficial da ativa que foi preso acusado de participação nos supostos casos de inserção de informações falsas sobre a vacinação contra a Covid-19, mas já estava na mira de outras investigações.
Em conversas com aliados, informou Andreia Sadi, Lula disse que este suposto caso de falsificação de certificado de vacina é um “assunto da Justiça”. Quem adotou essa mesma posição foi o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), que se resumiu a dizer que a “sociedade espera” que as investigações sejam feitas.
Flávio Dino, ministro da Justiça e Segurança Pública, foi mais enfático e disse que existe a suspeita de uma “conspirata” contra a saúde pública. De acordo com ele, a única orientação dada para a Polícia Federal foi que o tudo deve ser investigado e o assunto deve ser tratado no âmbito do Judiciário.