Faltando apenas uma semana para as eleições, a discussão de propostas para a economia possuem grandes divergências entre Lula e Bolsonaro em alguns aspectos. Contudo, economistas alertam que muitas das promessas podem não se concretizarem, por conta de um vilão internacional em comum a ambos em 2023: a recessão econômica e a crise mundial.
Por isso, Lula e Bolsonaro podem não conseguir cumprir suas promessas para o ano que vem e precisa ajustar as contas para 2024. Dessa forma, vamos entender o que pode se concretizar e o que deve ficar apenas na retórica, segundo analistas.
Os desafios de Lula e Bolsonaro
O ano de 2022 não foi muito bom para a economia do mundo. No Brasil, contudo, o cenário é de crescimento, uma inflação mais baixa que a média dos países mais ricos, além de um maior gasto do governo com políticas públicas. Dentre elas, temos o Auxílio Brasil e o vale-gás turbinado, que somados ao Auxílio Caminhoneiro e ao Auxílio Taxista, fecharam uma grande rodada de pagamentos aos cidadãos.
Contudo, isso pode não se manter em 2023. Isso porque Lula e Bolsonaro não podem intervir na economia de outros países. E economistas esperam que os Estados Unidos e toda a Europa entre em recessão no ano que vem. Na prática, isso quer dizer que haverá um aumento do desemprego nesses lugares. Além disso, o preço dos produtos que o Brasil vende, como soja e milho, deve cair, o que faz com que o país, como um todo, receba menos dinheiro. Essa realidade dificulta a criação de empregos no Brasil.
Por isso, tanto Lula quanto Bolsonaro precisarão fazer mudanças drásticas na economia do país no ano que vem, cada um à sua maneira. Contudo, algumas propostas dos candidatos podem não se cumprir.
De olho nas propostas dos candidatos
Para fazer essa análise, usaremos as principais propostas de ambos os lados, incluindo as que unem os dois candidatos: o aumento do Auxílio Brasil e a correção da tabela do Imposto de Renda. Em ambos os casos, analistas demandam cautela para os políticos, dado que qualquer mudança nos programas pode causar problemas enormes para a economia.
No caso do aumento do Auxílio Brasil, ele já não está previsto para o orçamento de 2023. Por isso, especialistas dizem que existe a chance de ele não sair. Contudo, dentro das propostas, essa parece ser a com maior prioridade e, por isso, deve ser a primeira anunciada, seja por Lula, seja por Bolsonaro. Contudo, a correção da tabela do Imposto de Renda, que não acontece desde 2015, também deve continuar mais alguns anos sem aparecer. Isso porque o impacto dessa medida é gigantesca. Dessa forma, o governo arrecadaria menos impostos em um ano em que a previsão é a de que o governo gaste mais do que arrecada.
Outras medidas também terão dificuldades para passar. É o caso do aumento real do salário mínimo, proposto pelo candidato Lula. Por outro lado, o 13° do Auxílio Brasil para as mulheres também pode se tornar inviável. Essa proposta, entretanto, é de Bolsonaro.